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DECLÍNIO

De repente minha boca parece seca. Molho meus lábios e seus olhos seguem meu ato.

- Se fico ou vou embora, acho que não é da sua conta.

- Sempre tão agressiva, Ayla.

Ouvi meu nome saindo de seus lábios é algo novo para mim. assim como a vontade insana de querer me aproximar ainda mais ao ouvir. Quero que o repita.

Ele me olha em silêncio por alguns segundos e meus olhos pecadores descem para o seu pescoço, para o suor que escorre na lateral dele, sobre sua veia. Ele sorri para mim, como se eu tivesse sido pega no flagra

- Não sabia que você vinha.

- Eu também não. Quer dizer, sobre você ou sua banda. Se soubesse, provavelmente não estaria aqui.

- Certo. -Seus olhos cor de mel de repente estão irritados. Pelo menos isso não é novo para mim. - Você é uma garotinha irritante até fora do colégio.

Ergo o queixo e encaro-o diretamente.

- O que te fez pensar o contrário?

Ele morde o lábio. Seus olhos se abaixam para minhas pernas.

- Você parecia decente nessa saia.

Eu não acredito que ele está fazendo isso. Poderia ter ignorado minha existência assim como eu estava fazendo com ele, mas não! Ele tinha que vir até aqui e dizer coisas idiotas. Com o intuito de quê? Me envergonhar? Brincar com minha sanidade decadente?

- Você é um maldito idiota!

O que ele pensa que está fazendo? Será que acha que com suas palavras eu vou querer ir embora o quanto antes? Se for, ele está errado. Se pensa que eu vou recuar e deixá-lo aqui, com esse sorrisinho malicioso ainda estampado, ele está infinitamente enganado! Eu vou tirar essa expressão indecente de seu rosto, mesmo que eu tenha que apelar para o jogo sujo.

- Mas, sabe, você está errado - começo - decente não é bem o termo que eu usaria. - Olho para os seus olhos e sorrio cínica quando vejo a saliencia do seu pomo-de-adão mover-se.

Sua mão desliza por minha cintura, apertando firme, e se aproxima ainda mais, rompendo o nosso único palmo de distância. Seu hálito é quente no meu pescoço quando sua cabeça se inclina para sussurrar no meu ouvido:

- Você está molhada.

Sei que se refere a bebida em minha roupa, mas seu tom faz minha mente vagar pela ambiguidade dos sentidos. Seus dedos ameaçam descer pelas minhas coxas.

- Foi sua amiguinha - digo baixo e acusadora ao lado do seu ouvido. Minha respiração parece incerta. Ao mesmo tempo que preciso te-lo distante, não sei se realmente quero.

- Eu vi - confessa, tirando uma mecha de cabelo do meu ombro. seus dedos roçando carinhosos contra minha pele. O que ele está fazendo?! - Por isso vim perguntar se iria embora, pensei que fosse.

- Talvez você esteja destinado a sempre se surpreender comigo, babaca, pois não vou tão cedo.

- Às vezes, você consegue soar interessante.

Eu aproximo meu rosto dele, levo minhas mãos até sua nuca e o abaixo um pouco mais para mim. Sua respiração falha e pesada é a prova que, de certa forma, eu mexo com ele e isso me faz querer brincar um pouco mais. Sua boca está estática como se esperasse a minha. Sério que ele achou que eu seria tão fácil?

- Pena que você não - digo e viro as costas, pegando mais uma bebida rosa e me afastando.

As mil melodias que cantei por você [Em Atualização]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora