8.2

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-Edward, precisamos conversar! -Eu estava deitado de bruços na borda da piscina, aproveitando o sol das 13:00h da tarde, quando Caroline se aproximou e me despertou dos meus pensamentos. Levanto um pouco a cabeça e torço o nariz.

-Outra hora, estou ocupado de mais não fazendo nada agora. -Ironizo sem dar a mínima importância para a loira.

-Eu não estou pedindo, nós vamos conversar! -Reviro os olhos com seu showzinho de autoridade e bufo me sentando.

-Que saco viu, o que você quer! -Olho para ela impaciente, doido para vê-la indo embora logo.

-Você precisa dar um rumo na sua vida, Edward! Já fazem quase dois anos que você terminou o ensino médio e ainda não começou uma faculdade, você nem mesmo saiu daqui! -Suas mãos tocam a cintura e seus olhos me fuzilam.

-Ah, fala sério! Não sou obrigado a fazer faculdade só pra agradar você!

-Não é pra me agradar, você precisa tomar um rumo na vida, não pode morar no colégio pra sempre! -Me levanto e cruzo os braços em frente a ela.

-Na verdade, eu posso sim, afinal, aqui é a minha casa, e esse lugar pertence mais a mim do que a você, então para de me encher o saco e vai procurar uma louça pra lavar! -Falo tudo muito  rápido, sem ao menos me importar com os alunos que se aproximaram para ver outra discussão minha com a diretora deles.

Solto o ar pesadamente dos pulmões e passo por ela, mas a mesma segura meu braço e olha em meus olhos.

-Não fale assim comigo! Você me deve respeito, eu sou sua...

-Não, eu não devo! -Puxo o braço bruscamente quando a interrompo. -Respeito não se dá de graça, você tem que merecer, e tudo o que você merece de mim é desprezo! -Cuspo as palavras nela e logo me viro para voltar pra dentro.

-Edward, volta aqui agora! Edward! - Ela continua me gritando e eu continuo a ignorando até já estar longe o suficiente para não ouvir mais a porcaria de sua voz irritante.

Senti o olhar quente de algumas pessoas que estavam na sala quando passei visivelmente irritado por elas, mas as ignorei assim como fiz com Caroline.

Com passadas fortes, me dirigi até o corredor A, onde ficava o quarto de Vic. Assim que passei pela porta 06, avistei minha irmã deitada na cama dela com um livro nas mãos.

-Quê houve? -Ela perguntou se sentando.

-Aquela idiota da Caroline! Acredita que ela tentou me expulsar daqui? -Falo andando de um lado para o outro dentro do quarto.

-Que?? Como assim?? Por quê??? -Sua expressão fica confusa.

-Ela veio com aquele papinho de que preciso dar um rumo na minha vida. Disse que já terminei o colégio a quase dois anos e ainda moro aqui. Quem ela pensa que é?? Aqui é a minha casa!

-Ah. -Vic respira pesadamente, atraindo minha atenção. -Sobre isso...

Ela coloca o livro fechado em cima do criado mudo e dá algumas batididinhas na cama, me chamando para sentar ao lado dela.

Obedeço me sentindo estranhamente desconfortável com seu tom de voz.

-Então... -Ela continua. -Eu acho que ela tem um pouco de... razão.  -Meu semblante muda imediatamente, e ao invés de irritado, estou surpreso.

-O que??

-Não, escuta: você vai fazer 20 anos daqui a uns meses,  não tem planos pra vida, sonhos pra realizar... Você precisa parar de se importar com onde mora e passar a pensar em onde vai morar. Quer dizer, você não quer passar a eternidade nesse colégio com um bando de adolescentes, quer?

Fico um tempo em silêncio, absorvendo suas palavras com atenção. Como ela pode ficar do lado de Caroline?

Levanto rapidamente da cama e passo a mão nos cabelos ainda úmidos, logo balanço a cabeça negativamente e olho para Vic outra vez.

-Como você pode ficar do lado da Caroline?? - Pergunto incrédulo.

-Eu não estou do lado dela, Ed, estou do seu. Estou falando isso pro seu bem!

-Não me venha com essa! -Rio pelo nariz. -Você sabe muito bem que isso de dar um rumo na minha vida é só uma baboseira pra ela se ver livre de mim.

-E daí, Edward? Ela está certa! Talvez pelos motivos errados, mas está certa. -Arregalo os olhos e abro a boca em formato de "o".

-Você está maluca? Como pode dar razão àquela mulher?? -Passo a língua nos dentes e balanço a cabeça outra vez. -Eu esperava isso de todo mundo, até de Arielle, mas de você? Não, de você eu não esperava!

-Ah, Edward, pelo amor de Deus! -Ela fala após revirar os olhos. Me viro para a porta pra sair do quarto, mas Vic rapidamente se levanta e segura meu braço. -Não seja idiota, vai ficar com raiva porque eu fui sincera??

-Não, não estou com raiva por você ter sido sincera, estou com raiva por você ficar contra mim! -Puxo meu braço bruscamente e me desvencilho dela.

-Eu não estou contra você, Edward, mas que porra! -Seu tom de voz aumenta e suas bochechas ficam rosadas.

-É claro que está, provavelmente porque também se cansou de mim e quer se preocupar apenas com aquele seu namoradinho de merda! - Ela cemicerra os olhos e de repente suas mãos estão empurrando meu corpo.

-Não fala assim dele! -Ela fala alto. -Talvez eu tenha mesmo me cansado de você, talvez isso de não querer ser feliz porque não tem coragem de enfrentar seus demônios já esteja saturado, ou talvez eu só esteja preocupada com meu irmão que estagnou a vida em um luto eterno e desistiu de todos os sonhos! -Suas palavras tocam meus ouvidos bruscamente e todo o meu corpo se contrai. Vic nunca falou assim comigo, o que seu nela agora?

Balanço a cabeça em repreensão e sorrio sem humor.

-Vou parar de cansar você então. -Logo após pronunciar essa frase, me viro de costas outra vez e saio do quarto dela. Uso minha velocidade de vampiro para chegar rapidamente até o meu quarto, e assim que entro, vou diretamente para o banheiro. Mas quando abro a porta, congelo ao ver Samantha com uma toalha na cabeça, vestida apenas com uma calcinha do Bob esponja.

Seu corpo perfeitamente esculpido chama minha atenção, fazendo meu membro pulsar dentro da calça. Nem mesmo a calcinha brega consegue fazer ela ficar menos desejável como sempre é.

Concentro meu olhar em seu rosto quando ela pega desajeitadamente uma toalha que estava pendurada perto do box e cobre parte do corpo.

Abro a boca tentando formular uma frase descente, mas a imagem que acabei de ver fica voltando à minha mente e me desconcentrando.

-Bela calcinha. -É tudo o que sai da minha boca. Ela pega uma peça de roupa aleatória em cima da tampa do vazo e atira em mim, me fazendo rir.

-Sai daqui! -Ela diz alto.

-Que foi? Tá com vergonha de eu ter visto que seu gosto pra calcinhas é de uma criança de 5 anos? -Provoco rindo quando seu rosto começa a corar.

-Vá se ferrar! -Caminha até mim e começa a me empurrar com uma mão só pra fora do banheiro. Meu semblante que até poucos segundos atrás estava irritado, agora está risonho e provocativo.

-Ah, para, já te vi pelada antes, não lembra? A diferença é que agora tem uma esponja gigante tapando suas partes íntimas. -Continuo rindo mesmo depois que ela bufa alto e bate a porta na minha cara.

Passo a mão pelos meus cabelos outra vez e vou até a cama debaixo na beliche, onde me jogo ainda lembrando do que acabei de ver.

Droga de garota perfeita!

Meu colega de quarto.Where stories live. Discover now