28.2

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-Meu pai do céu!

-Jesus Cristo, tá repreendido!

-Ai gente, eu não quero mais ver não...

Minha voz, a da minha mãe e a de Arielle - que havia vindo passar o final de sábado conosco - soaram quase que no mesmo momento. Nós três nos assustamos mais uma vez com uma das cenas do filme de terror que Oliver insistiu em colocar. Meu irmão adora esse tipo de tema, já eu, vivo tomando sustos.

Mas pra ser sincera, o filme até que era bom. Contava a história de uma atriz que vai gradativamente tomando consciência de que sua filha de doze anos está tendo um comportamento completamente assustador. Daí ela pede ajuda a um padre, que também é um psiquiatra, e este chega à conclusão de que a garota está possuída pelo demônio. Então ele solicita a ajuda de um segundo sacerdote, especialista em exorcismo, para tentar livrar a menina desta terrível possessão.

A cena que mas me deixou arrepiada foi quando a garota deu um giro de 360°g com a cabeça. Bizarro!

Eu estava tão entretida que até esqueci que Edward estava vindo aqui pra casa. Foi só quando a campainha tocou fazendo todo mundo pular de susto -até mesmo Oliver e nosso pai- que eu me lembrei do loiro problemático agora na minha porta.

Tentando não atrapalhar a visão de ninguém, me levantei do chão onde estava sentada e andei até a porta da frente, abrindo-a em seguida.

-Oi. -Sussurrei ao lhe ver. -Entra.

Edward correu os olhos pela sala, provavelmente estranhando estar tudo escuro, mas logo ele viu a televisão ligada e entendeu o que estávamos fazendo.

-Como você está? - Deu um passo à frente e envolveu minha cintura com um único braço, em seguida depositou um beijo carinhoso e rápido na minha bochecha.

-Bem. -Respondo no mesmo tom de antes e fecho a porta quando ele se afasta. -E você?

-Bem também. -Sorriu guardando as mãos nos bolsos da calça jeans preta. -Que filme estão vendo?

-É "O exorcista" de 1974. -Pego no braço dele e me viro para voltar pra onde eu estava. -Vem, minha mãe odeia quando a gente não presta atenção nos filmes.

Digo já andando rapidamente para não atrapalhar a visão de todo mundo, então Edward me segue e se senta ao meu lado no chão, e ao contrário do que pensei, ele não reclamou por isso.

Milagre.

-Quer cerveja? -Meu pai se inclinou na poltrona em direção ao loiro, lhe oferendo uma latinha de cerveja.

-Valeu. -Ed agradeceu ao pegar e não demorou para abrir e dar um gole demorado.

Como meus pais não me deixam beber em casa eu voltei a comer minha pipoca enquanto esperava que o show de horrores acabasse.

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Meia hora depois o filme acabou e eu agradeci a deus mentalmente por isso, não aguentava mais Edward me dando sustos a cada cena bizarra do espetáculo. Desde que ele chegara eu quase morri -de novo-  do coração umas trinta vezes.

Agora Arie e eu estamos cantando as pipocas que deixamos cair pelo tapete, enquanto isso Ed está conversando com Oliver sobre um assunto aleatório.

Mais cedo eu fiquei receosa em chamar ele pra cá, fiquei com um certo medo dele acabar se isolando ou da minha família não gostar dele, mas até agora não falaram nada e graças a tatia ele está tranquilo, não parece estar nem um pouco nervoso por estar pela primeira vez na minha casa.

Meu colega de quarto.Where stories live. Discover now