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Não consegui dormir. Diversos pensamentos rodeavam a minha minha mente, e nenhum deles era tranquilo.

Quando Samantha chegou por volta das duas da manhã, acabei se sendo grosso com ela. Eu sei que eu estava sendo um idiota, mas era inevitável, por algum motivo que nem eu sabia explicar, eu estava com raiva, raiva dela.

...
...

Eu estava de olhos fechados sentado na cama, desligado do mundo por causa da música alta em meus fones de ouvido, quando de repente a porta se abriu e a luz acendeu, fazendo com que eu abrisse os olhos cemi-cerrados por causa claridade. Logo que me acostumei com a nova iluminação, pude enxergar a figura de Samantha. Ela estava idêntica a quando saiu, exceto por seus cabelos que antes estavam soltos, agora estão presos em um coque baguçado.

-Apaga a luz. -Volto a fechar os olhos e falo sem pausar a música. Pra ser sincero, eu nem ouvi a minha própria voz.

Não sei se ela falou alguma coisa, provavelmente sim, já que depois de alguns segundos a eu falar, a morena se aproximou e me cutucou.  Quando abri os olhos outra vez, ela fez sinal para que eu tirasse os fones. Respirei fundo e assim o fiz.

-Não te acordei, acordei? -Pergunta se debruçando na minha cama.

-Não. -Respondo seco.

-Ah, que bom. Quer assistir tv agora? Estou sem sono. - Ela faz bico e instantaneamente eu olho para a sua boca. Seus lábios rosados sempre chamam a minha atenção...

-Não. -Engulo em seco e desvio o olhar.

-Acho que alguém teve uma noite ruim... -Diz com um sorriso debochado.

-Com certeza pior que a sua. -respondo frio.

-Tá, me conta, o que houve? Por quê você está...

-Não enche, Samantha. -Digo a interrompendo e ela faz careta.

-Você é muito bipolar, tátia do céu! -Ela diz se afastando e andando até o banheiro.

-Samantha? -Chamo sua atenção.

-Sim? -Pergunta com a cabeça virada para mim. Seus olhos brilhavam em contraste com a luz, tenho certeza que conseguiria tirar uma bela foto dela nessa posição...

-Apaga a luz. -É tudo que eu digo antes de por os fones de ouvido outra vez e me encostar na parede, voltando aos meus pensamentos idiotas.

...
...

Agora estou sentado na arquibancada vendo os garotos formarem time pra uma pelada. Os alunos estão no horário do intervalo, e como sempre, Oliver e sua turminha vieram pra cá bater uma bolinha.

Eu já estava aqui sentado quando eles chegaram, vim pra cá porque estava vazio, e quando chegaram há dez minutos atrás, fiquei com preguiça de sair, então apenas continuei aqui sentado, e também, por mais que eu não gostasse da maioria dos garotos dessa escola, é inegável que o time de futebol daqui tem talento.

-Aí? -Ouvi Oliver gritar e inevitavelmente olhei em sua direção. Ele estava parado olhando para mim. Quando ele viu que tinha a minha atenção, deu uma corridinha até o começo da arquibancada e pos as mãos na cintura. -Quer jogar?

-Achei que você não fosse com a minha cara. -Digo sem muito interesse.

-E eu não vou, mas meu time tá com um a menos, e eu não sou tão orgulhoso. -Diz com um tom de deboche e logo dá de ombros. -E aí, vem ou não? Relaxa, eu não mordo.

Fico em silêncio por alguns segundos, como eu disse antes, não gosto da maioria desses caras, mas... jogar é melhor que olhar, certo? Certo.

-Vou. -Digo me levantando.

Meu colega de quarto.Where stories live. Discover now