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-O que? Claro que não, Bob esponja é muito melhor que os padrinhos mágicos! -Falo limpando o canto da minha boca que estava sujo com molho de mostarda.

-Não, você é louca, nenhum desenho é melhor que os padrinhos mágicos! -Edward responde negando com a cabeça.

-O que?? Eu consigo fazer uma lista de desenhos melhores que os padrinhos mágicos! -Falo com a testa franzida.

-Ah, tá, me diz um! -Ele revira os olhos.

-Bob esponja!  -Falo alto.

-Ah, pelo amor de Deus, qual é sua tara por esse desenho? -Ele espeta algumas batatas e leva até a boca.

-Eu não tenho tara nenhuma! -Dou de ombros. -É só que quando eu era mais nova e meus pais tinham que trabalhar, Oliver e eu passávamos o dia assistindo ele, e acabou que se tornou nosso desenho preferido.

-Oliver também vê Bob esponja??? -Edward pergunta incrédulo.

-Vê, qual é seu preconceito? -Faço bico e tomo um gole do meu suco de abacaxi.

Depois que eu terminei de preparar nosso lanche, Edward e eu decidimos ir comer no quarto. Ainda chovia forte lá fora, mas não tinha mais barulhos de trovão ou relâmpagos.

Nós falamos sobre várias coisas aleatórias, como meus pijamas engraçados, a professora de história que tinha uma verruga bizarra no nariz e agora estávamos falando sobre desenhos.

O loiro insistia em dizer que os padrinhos mágicos era melhor que Bob esponja, o que obviamente, era mentira.

-Preconceito nenhum, eu só não imaginava que o capitão do time da escola tinha um gosto peculiar pro que vê na televisão. -Ele fala cínico e logo sorri.

-Ah, vá à merda! -Rio também. -Melhor mudarmos de assunto, não quero ser obrigada a zunir você pela janela!

-Apronto, agora tenho que gostar desse desenho chato também. -Abro a boca em formato de "O" e atiro nele uma almofada que estava perto do chão onde estávamos sentados.

-Chato é você! -Ele se defende da almofada com o braço e joga ela de volta em mim.

-Sou chato mesmo, mas você também é. -Sorri maroto.

-I vici timbim i. -Debocho com a voz fina.

-Você tem 7 anos? -Pergunta irônico.

-Tenho! -Respondo pegando um pedaço de linguiça.

Edward ri e nós dois ficamos em silêncio, mas não um silêncio ruim ou desconfortável, pelo contrário, era bom ficar ali sentada comendo batatas com ele. Se de manhã alguém viesse até mim e me falasse que eu ficaria tão bem sozinha na presença dele, provavelmente eu mandaria ir procurar um piscicólogo.

Depois de alguns minutos, terminamos de comer praticamente tudo que estava no prato. Me encosto na cama e solto o ar pesadamente, me sentindo deliciosamente cheia.

-Nossa, eu comi feito um monstro! -Ele diz quebrando o silêncio.

-Puts, eu também. -Passo a mão na barriga. -Aí, posso perguntar uma coisa?

Edward me olha curioso e eu sorrio de lado. Ele pensa por um tempo, provavelmente imaginando que tipo de bomba eu soltaria em cima dele, até que finalmente o garoto dá de ombros.

-Pode, eu acho. -Ele diz.

-Por quê você me odeia? -Pergunto tranquilamente olhando em seus olhos.

-Por quê você acha que eu te odeio? -Ele rebate.

-Ah, sei lá. -Dessa vez fui eu quem dei de ombros. -Você me tratou mal desde que cheguei aqui.

Meu colega de quarto.Where stories live. Discover now