Era uma terça feira calorenta, na pracinha uma sobra causada pela arvore tornava o banco um lugar fresco. Júpiter está sentado comendo de sua marmita, estou de pé acabei de sair do trabalho. Com as mãos para trás e fazendo gangorra com os pés.
- Está ansioso por que gajo?
- Apenas pensando...
- No que?
- Em você claramente...
Falo meio confuso.
Ele deu um riso.- No que está pensando a meu respeito? - perguntou enchendo a boca com a colher.
- Me arrependi na nossa primeira vez por medo de você nunca mais falar comigo. Não sei se arrepender é a palavra certa, o senhor não acha errado?
- Não, não acho errado. Mas confesso meu caro, que também tive uma sensação semelhante quando você se retirou do meu carro naquela noite. Fiquei muito brabo.
- Já havia feito isso antes?
- Com rapazes?
Ele apontou a colher e me olhou somente com um dos olhos abertos. O reflexo do sol parecia incomodar sua visão.
Fiz que sim com a cabeça e me sentei ao seu lado de modo curioso.- Sim. Antes de me casar. Um primo distante... sou um homem de 29 anos que... Aproveita bem as coisas. Acho que todo homem deve fazer isso as escuras.
Dei um riso.
- Você foi o meu primeiro.
- É, eu sei.
Ele terminou seu almoço, colocou a marmita e seu resto mortais dela ao lado. E virou a garrafa de agua por completo.
- Você gostou? - perguntei.
- Já falamos sobre isso. Eu adorei Luís.
Dei um riso.
- Terminou o almoço? - pergunto sabendo que sim.
- Sim.
- Não quer provar a sobremesa? - falei com uma cara sapeca.
Ele riu me encarando. Eu nunca pensei que flertaria com outro homem.
- Luís, não me atenta, sabe que tenho pouco tempo.
Ele gostou de eu ter o provocado.
E eu gostei de flertar com ele ali.
Ele se aproximou do meu ouvido.- Sabia que gosto de comer essa sobremesa como se fosse ultima refeição que eu fizesse?
- Então deixa para outra hora, quero ser devorado aos poucos e lento.
Ele riu ficando vermelho.
Eu dei um riso, também fiquei envergonhado de minha audácia.
Naquela noite fui a sua casa, era uma noite especial, haveria um eclipse lunar iriamos assistir juntos, ou pelo menos essa era ideia, mas bastou pouco tempo para notarmos estar sozinhos, e repetir a dose de amor em sua cama. Dormir junto dele, desta vez "dormir".Eu agora entendo o significado da palavra "dormir com alguém" pois não dormimos de verdade. Nem assistimos e eclipse. Tudo naquele momento sozinho era menos importante que nossos corpos conectados, novamente juntos. Fizemos coisas de outro planeta novamente. Revelamos nossas galáxias, ele me agitou em seus lençóis e me fez brilhar feito uma estrela, pegar fogo.
Júpiter sabia transar, e eu sabia o imitar, e talvez no final ambos de nós tínhamos algo para ensinar um ao outro. Aos nossos corpos. Pela primeira vez eu havia dormido fora de casa, fora de meu quarto, disse a minha mãe que haveria um show na noite anterior, mas o que ela não sabia é que esse show era composto somente por uma dupla e sem plateias, também sem roupas, sozinhos em um quarto fazendo coisas de outro mundo.
Foi melhor que no carro. Mais doce.
O modo como ele me deitou e se colocou em mim durante a escuridão da noite, sua mão grande em meu pescoço e os gemidos.
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O Universo Tem Nome
RomanceLuís é um garoto introvertido, que ainda vive com seus pais; como se não bastasse aos 19 anos encontra dificuldades para arcar com as responsabilidades de uma vida adulta. Mas em busca pela sua dependência e apaixonado pelo universo e tudo que nele...