Capítulo 24

169 24 28
                                    

|Aviso| Os próximos capítulos serão narrados em 3ª pessoa.

PS: eu havia dito que os capítulos sempre seriam dedicados a um leitor, mas acho que seria muito ruim dedicar a alguém os capítulos que retratam momentos tão ruins dos nossos queridos personagens... Afinal, vcs me dão o melhor de mim então tenho que lhes dar meu melhor 🐼💜

A garota sentia o corpo trêmulo, esperando cair a qualquer segundo. Já perdera a conta de quantas vezes havia engolido a bile amarga que subia até sua boca ou de quantas vezes sentira que iria vomitar.

Cada nova sensação de mal estar vinha com maior intensidade que a anterior enquanto ouvia os gemidos e palavras chulas vindo daquele homem.

Ele já havia abaixado as roupas até os joelhos e agora estava se esfregando no corpo da garota.

E foi enquanto tentava segurar as próprias lágrimas que sentiu o líquido quente escorrendo por sua pele.

Dessa vez ela não fora capaz de conter a ânsia, sentindo o vômito quase sair de sua boca. Mas ela tinha que engolir. Tinha que aguentar.

— Ahh... Até o fim de semana minha lindinha.

Ele estava ofegante e suado. Tão exausto que quando a garota o olhou só foi capaz de balançar a cabeça.

— Vai aprender que quando o homem goza fica totalmente cansado minha linda, principalmente quando é tanto assim.

O desconhecido se veste, beija a garota usando sua língua asquerosa para explorar ainda mais do corpo da mesma e simplesmente vai embora.

S/N apenas pôde observar a porta se fechando, sem qualquer reação desde que o homem havia começado com aquilo. Como se seu corpo fosse incapaz de reagir ao que sua mente queria.

Mas seu corpo reagia. A maldita fisiologia funcionava perfeitamente por mais que mentalmente a garota estivesse estagnada.

Cada toque que recebia era capaz de transmitir choques agonizantes ao seu psicológico, fazia com que ela apenas pensasse que a morte seria a melhor das soluções naquele momento.

Mas ao mesmo tempo aquele maldito corpo havia gostado de tudo, aquele maldito corpo havia correspondido. Havia se arrepiado, se excitado, lubrificado e se preparado para mais.

E era por isso que S/N odiava tanto aquele maldito corpo, queria arrancar com as próprias mãos toda a pele que a revestia, queria usar facas para se cortar e perfurar cada parte dele.

Pois ela sabia que se o homem se preocupasse com isso, ela também se sentiria cansada nesse momento. Ela também teria chego ao limite carnal de seu corpo.

E mesmo que isso tivesse acontecido ela estaria sentindo as mesmas coisas em relação a si mesma como agora.

Ela estaria andando por todo o quarto procurando por qualquer objeto que pudesse usar contra si exatamente da mesma maneira.

Mas não havia nada.

O choro da garota começa a se intensificar e de soluços passa a quase gritos. Ela volta a se sentar na cama e usa o próprio corpo conta si.

Força suas unhas forte o suficiente para criar vergões vermelhos em sua pele clara. Com a intensidade que os fazia, eles apareceriam mesmo que tivesse a pele um pouco mais morena.

A prova disso era que seus pulsos já voltavam a expelir sangue mesmo que ela tivesse arranhado por cima dos curativos.

Você está tão molhadinha... Olha que gostoso... Hunmm... Não gosta disso?

E seu corpo demoníaco correspondia mais e mais a toda aquela podridão infernal.

S/N tinha em seu corpo um pecado. Tinha em seus pensamentos inúmeros pecados. Tinha dentro de si o inferno.

Talvez ela mesma fosse uma criatura vinda dele.

E queria muito se torturar por isso, se destruir por completo indo de pedaço em pedaço.

E então a porta se abre novamente.

— Santo Deus! - uma senhora de idade grita ao ver a situação assim que bate os olhos na garota.

Seus braços sangravam, suas pernas pescoço, barriga, seios... Tudo estava tão vermelho e tão inchado que era difícil entender como haviam chegado aquele estado.

A garota chorava compulsivamente, sequer pode tentar identificar a feição de quem havia entrado, as lágrimas a impediam de ver qualquer coisa.

Só não a impediam de continuar. E quanto mais forte ela afundava as unhas, mais os grunhidos altos que soltava assustavam a senhora.

— Meninas! Me ajudem! - ela gritava tentando segurar as mãos da desconhecida, que insistia em continuar se machucando — Olhe para mim... Pare com isso!!

— Me deixe morrer! Quero morrer!!

A mais velha decide abraçar a garota apertado. Sem se importar com todo aquele sangue que agora sujava suas roupas.

— Fica calma, tenta se acalmar, por favor.

Enquanto outras mulheres entravam no quarto a idosa balançava seu corpo com S/N nos braços, fazendo carinho em sua cabeça.

— Shii... Vai passar... Vai passar.

— Ele me quer no fim de semana...

Destruída, a menina concentra todas as suas forças apenas em chorar, abandonando qualquer tentativa de se machucar ainda mais. Até porque era difícil continuar com aquela senhora lhe apertando tão forte.

Sua cabeça latejava, seu corpo pulsava dolorosamente. Mas a única coisa que realmente importava para a garota era o aperto em seu peito. Como se lhe tivessem esmagando o coração.

— Eu sinto falta da mamãe... Eu preciso dela... Eu não aguento mais ficar sem minha mãe... Por que ela tinha que me deixar? O que eu fiz pra ela ir embora?

S/N não raciocinava mais, os pensamentos eram um emaranhado confuso e alucinado.

— Yoongi... Não... Yoon... Cadê você?

Algumas das meninas a cobrem com um cobertor fino e outras tentam limpar seus braços, procurando uma forma de estancar o sangue.

Mas ela não tinha condições de perceber nada daquilo. Seu único foco era chamar por Min Yoongi.

No meio de todo aquele turbilhão ela procurava se focar nas lembranças que tinha dele.

— Min Yoongi... Você vai vir me ajudar? Por favor... Você é meu garoto de gelo.

Talvez ela estivesse alucinando, mas por vezes parecia enxergar os cabelos de menta do garoto em sua frente.

Mas então eles se tornavam ruivos como os do irmão... Morenos como os de Daejun... Loiros como os de Taehyung.

— Taehy, eu não morri... Você sabe disso não sabe?

— Maria, o que faremos? Ela está louca. - algumas meninas cochichavam com a mais velha.

— Será que bateram muito nela?

— Com quantos ela estava no quarto? Podem ter sido muito brutos.

— Meu bem... - Maria se coloca bem de frente à garota. — Pode me dizer seu nome?

— S-S/N... - Ela se encolhe e fecha os olhos antes de conseguir ver a reação da própria mãe.

Espero que tenham gostado!!
Como vcs estão meus amores??

My Unexpected Host - Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora