Perdão

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— Tem certeza disso, amor? — Yoongi questiona pela milésima vez.

— Sim! — a mulher até soa irritada, devido a tanta insistencia do outro.

Havia tomado essa decisão depois de pensar muito e não iria desistir.

— Eu preciso falar com a Hyorin. Preciso entender o que realmente aconteceu.

— Mas nós já sabemos que ela foi ameaçada e...

— Yoongi! — chamou a atenção do outro com uma expressão séria.

— Tá...

Finalmente Hyorin sai de sua sala e se assusta ao ver os dois ali.

— Oh, S/N! — a mulher se levanta ao ver a chefe.

— Hyorin, eu... Preciso falar com você. — a loira fica surpresa e até sem reação por alguns segundos.

— Hm, ok... Vamos pra minha sala, então. — as duas fazem o caminho já tão conhecido.

As duas entram e Hyorin fecha a porta, nervosa com o que a outra poderia falar.

— Hyorin, antes de tudo quero dizer que eu não a culpo, ok? Eu só... Quero entender tudo que aconteceu.

As duas se sentam e Hyorin sente um alívio tomar conta de si com as palavras da outra.

— Quando a Maria me ajudou a fugir eu passei alguns dias morando nas ruas de Seoul, por sorte acabei encontrando um antigo amigo do meu avô que me reconheceu... Na verdade, ele achou estranho uma moradora de rua ser tão parecida assim com minha mãe já que ela morreu pouco depois que eu nasci. Enfim, ele me ajudou a vir pra Daegu e ficar com a empresa do meu avô. Mas um dia... Notei que estavam me seguindo, aonde quer que eu fosse sentia alguém me vigiando... Contei a esse amigo e ele me levou de volta pra Seoul, fiquei alguns dias sem nem sair de casa. Um dia ele apareceu com uma garota toda machucada, inconsciente, eu reconheci ser a Milla e contei a ele.

S/N ouvia atentamente toda a história, sem esboçar qualquer reação.

— Depois que a Milla se recuperou nós três viemos para Daegu, achávamos que estava tudo bem... Até o dia que meu amigo apareceu depois de ter levado uma surra, trazendo um recado de Jung pra mim. Esse amigo acabou morrendo no hospital...

— Qual foi o recado?

— Que queria você. Disse eu deveria me aproximar, ganhar sua confiança e levá-la até ele... E se eu fizesse isso estaria livre.

— Mas como ele sabia que eu vim para Daegu?

— Não sabia... Um dos capangas dele acabou vendo você. A Milla vivia me dizendo que estava tentando te ajudar, achei que ela iria conseguir. Um dia ela voltou pra casa com um coelho, toda suada, dizendo que tinha achado um capanga dos Jung seguindo vocês, ela falou algo sobre comprar um coelho e soltar ele no meio da rua para distrair o cara...

— Eu a vi nesse dia...

— Olha, eu sei que nada pode justificar o que eu fiz com você, mas ele atacou a única pessoa que eu tinha aqui... Fiquei com tanto medo e ele disse que me deixaria em paz se eu fizesse isso... Me perdoa.

— No dia da balada... O Jung teve algo a ver? - a loira suspirou pesado e fechou os olhos.

— Sim. Eu avisei o Jung que te levaria lá. — seus olhos se encheram de lágrimas com a confissão — Me desculpa.

As duas não se aguentaram, apenas deixando o choro se intensificar.

— Por favor, S/N... Eu só... Eu não queria voltar pra lá, eu... Estava com tanto medo...

— Tudo bem, Hyorin... Eu entendo...

— Me perdoa...

— Eu... Perdoo... Eu sei que você não teve escolha...

— Obrigada, de verdade, muito obrigada. Eu espero que a gente consiga manter a amizade...

— Eu acho que é muito cedo pra isso. As coisas são complicadas...

— É... Eu sei que quebrei sua confiança... Mas... Podemos tentar, não é?

— Sim, podemos sim. — as duas sorriram meio sem jeito.

・*:.。. .。.:*・゜゚・*☆

— E então, S/N? O que nos diz?

— Eu não quero ficar dependente ou algo assim.

— Você não vai, o remédio que vou te receitar é uma dosagem baixa e é só pra te dar um ânimo. — o psiquiatra DongSun fala.

— Ficamos preocupados com a questão de você se sentir sem vontade de fazer as coisas que costumava gostar, S/N. Você mesma disse que está difícil dormir, ter vontade de comer ou de fazer algo... Isso é normal até certo ponto, mas pelo que você diz está afetando sua vida de uma forma muito grave.

— Eu não quero. — ela ainda se manteve relutante.

— Tudo bem, mas pense com carinho, ok? Nós estamos aqui pra ajudar, mas tudo vai depender de você. — Seokjin fala com um sorriso gentil.

— Jin, eu estou tentando! Você tem que acreditar em mim! Mas é tão cansativo, se durmo, tenho sonhos com o Jung, se acordo fico pensando no quanto eu sou um estorvo na vida das pessoas e um problema na vida do Yoongi!! Eu sequer consigo ser uma boa namorada pra ele!!

— S/N, você não precisa se pressionar... Ele já mostrou que gosta de verdade de você, certo? Então ele vai entender e esperar... Ele já tem feito isso, na verdade.

— Ah, eu sei... Mas e quanto a mim? Eu devia ser capaz de demonstrar a ele que o amo também, que ele também pode contar comigo quando tiver problemas. Ele sempre me protegeu e eu quero proteger ele também...

— Então diga isso a ele, demonstre isso. S/N, você não pode mudar seu passado, mas pode tentar melhorar o seu presente, encontre novos objetivos, distraia sua mente e tente tirar algum proveito daquilo que te machucou. Você não é mais uma garotinha que precisa obedecer, agora é você que controla sua vida, faça aquilo que você sente vontade e sente que está preparada pra fazer. Não espere pela aprovação de outras pessoas, isso só vai te machucar mais.

S/N não soube como responder ao psicólogo, ficando em silêncio por algum tempo.

— Acho que você tem razão. Eu vou tentar pensar nisso.

— E lembre-se que está tudo bem falhar, ninguém é perfeito em tudo, por mais que pareça pra quem vê de fora. Está tudo bem reconhecer suas fragilidades e tentar superá-las aos poucos. Mas antes de tudo, você tem que se perdoar também, nada disso foi culpa sua, tem que tirar esse peso de você mesma!

My Unexpected Host - Min YoongiWhere stories live. Discover now