Capítulo 2

16 5 2
                                    

Eu ainda não conseguia acreditar que estava estacionando o carro em frente ao meu novo lar. Vendo ali da rua, a casa era linda, mais parecia ter saído da capa de alguma revista e se materializado bem ali, só esperando pela nova dona. Meu pai me conhecia muito bem porque tinha escolhido a casa perfeita para mim.

Depois de descer do carro, cruzei o pequeno jardim e parei junto a porta de entrada. Respirei fundo antes de rodar a chave e destrancar a porta. A primeira visão que tive foi de um ambiente bem iluminado pela luz do sol. Acolhedor. Essa era a palavra que descrevia exatamente o meu novo lar. Fiz questão de entrar com o pé direito para dar sorte e só então deixei a bolsa e as chaves sobre a mesa. Sendo curiosa como sou, a primeira coisa que fiz, foi conhecer cada cantinho, estava tudo tão limpo que tinha certeza de meu pai devia ter mandado alguém fazer a faxina.

Quando voltei ao carro, comecei a carregar as caixas com meus pertences e as malas para dentro. Foram várias idas e vindas até que tudo estivesse dentro de casa. Cansada e com os braços doendo, me joguei no sofá e peguei o celular para ligar para os meus pais. Depois de dois toques, a voz de minha mãe soou do outro lado da linha, parecia até que ela estava acampada ao lado do telefone, o que não duvido nada que seja verdade.

— Oi, mãe! Acabei de chegar.

— Achei que já tivesse se esquecido de mim.

— Olha o drama, mãe.

— Como foi a viagem?

— Foi tudo tranquilo.

— E a casa que seu pai arrumou é boa?

— É maravilhosa... Agradeça ao papai por mim.

— Ainda não estou falando com ele.

— Vocês dois parecem duas crianças emburradas.

— Talvez eu nunca o perdoe por mandar você para longe.

— Nós já conversamos sobre isso e eu já ia me mudar de qualquer forma.

— Mas não precisava ser para tão longe.

— Não é longe e, vocês ainda podem vir me visitar.

Ficamos conversando ao telefone por um tempo até que ela teve que desligar. Dei uma olhada em todas aquelas caixas e criei coragem para começar a retirar as coisas e organizá-las. Passei a manhã inteira e boa parte da tarde retirando e organizando os meus pertences nos lugares onde gostaria de ficassem.

Os livros preencheram o espaço vazio da estante, os porta-retratos ocuparam a parte de cima da lareira e algumas decorações foram parar no aparador da sala de jantar. A casa era muito bem decorada, mas as minhas coisas davam um toque pessoal, fazendo ficar com cara de lar. Eu poderia viver ali pelo resto da minha vida sem nenhum problema.

— Como é bom estar em casa! — murmurei.

Era tão bom poder, finalmente, desfrutar do silêncio. Sem ninguém chamando meu nome, sem disputa para usar o banheiro, sem meus irmãos correndo pela casa feito uns malucos. Decidi levar as malas para o quarto, mas no caminho passei por um escritório, um lavabo e duas suítes. Claro que escolhi a maior para ser a minha.

O teto tinha vigas de madeira aparente e portas francesas davam acesso a uma parte privada da área dos fundos com uma hidromassagem. A cama de casal estava posicionada na parede que ficava de frente para a porta, acima da cabeceira havia uma linda tela e uma televisão ficava posicionada de frente para a cama.

Como uma criança, me joguei na cama macia, bagunçando os lençóis tão branquinhos e perfeitamente arrumados. De tão cansada e com o barulho do mar arrebentando na beira da praia, acabei pegando no sono sem nem perceber. 

O que Apollo uniu, ninguém separaWhere stories live. Discover now