𝐃𝐑𝐀𝐌𝐀 - 𝐘𝐞𝐨𝐧𝐠𝐲𝐮

0.3

"Seu sorriso legal é a sua arma principal..."

- Não, com ele não! - Eu batia levemente minha testa contra a mesa, conseguia escutar os outros alunos exclamando e outros rindo de mim, que era o caso de Kyungmin.

- Se considere sortudo Beomgyu, você vai estudar com Choi Soobin. - A garota ao meu lado me olhava tristonha, porém mesmo decepcionada com os resultados ainda tentava me apoiar.

- Nós podemos trocar de lugar? Você faz o trabalho com ele e coloca meu nome! - Ela pareceu esperançosa por alguns segundos, eu observei aquele sorriso morrer aos poucos quando vi Soobin caminhar até nossas mesas.

- Beomgyu não é? - O rapaz apontou para mim com seu indicador e assim que eu confirmei com um aceno, ele sorriu tímido e me entregou um bilhete.

- O que é isso?

Como alguém pode ser educado e idiota ao mesmo tempo? Eu nunca entendi o motivo dele ser popular, era o sorriso? Ou sua estatura...
Enquanto a aula seguia calmamente como todos os outros dias, eu abri o bilhete e me surpreendi ao ler o recado.

"Querido(a) colega de trabalho, me encontre na quadra fechada após a aula, desculpe pelo inconveniente!

Soobin"

Ele vai se declarar por acaso?
Eu não deveria ir, com certeza eu não vou!

[...]

- Oh legal, ele me chamou aqui só para se exibir enquanto joga? - Falava sozinho enquanto observava o treino do time de voleibol.

Soobin é um ótimo jogador, a rede parecia tão baixa perto dele, por um segundo me vi hipnotizado pelo rapaz mas logo acordei para a realidade. O treino não demorou para acabar, o garoto acenou para mim e veio correndo para perto das arquibancadas.

- Desculpe pela demora, eu volto logo! - Ele gritou alto o suficiente para que eu pudesse escutar de longe e saiu correndo para os vestiários, me deixando novamente plantado ali.

- Fala sério... - Resmunguei baixo para mim mesmo.

Eu desci calmamente das arquibancadas, olhando por toda a quadra que já estava vazia, avistei uma bola de basquete e não pensei duas vezes antes de pega-lá e arremessar a mesma para a cesta. Sentia falta de jogar com meus amigos em Nova Iorque, lá o basquete é um esporte muito popular nas escolas, apesar de não ser muito bom em esportes, eu dominava o básico de basquete, e me orgulhava de saber como jogar, estava me sentindo ótimo ali, sozinho relembrando dos momentos divertidos que tive durante anos fora da Coréia.

- Você é bom, poderia tentar entrar no time de basquete! - Olhei surpreso para trás, vendo um garoto loiro sorrir alegre para mim.

- Minha nossa, você me assustou. - Peguei a bola do chão e a coloquei no lugar.

- Desculpe, não foi minha intenção... Meu nome é Choi Yeonjun, sou o capitão do time de voleibol. - Ele estendeu sua mão, o que me fez rir instantaneamente.

- Choi? - Perguntei confuso ainda rindo fraco com aquilo. - É um prazer conhecer você, me chamo Choi Beomgyu. - Ergui minha mão agarrando firmemente a do garoto. Ela estava quente e úmida, alguns de seus dedos estavam enrolados com um tipo de fita, eu fiquei um pouco chocado e sem reação quando ele me olhou curioso, meu coração de repente bateu mais forte, me fazendo tremer.

O que estava acontecendo comigo? Eu senti como se o tempo tivesse parado, parecia que nossas mãos estavam gostando de estarem juntas, aquela sensação do toque quente e úmido me arrepiou, eu queria desfrutar mais daquele momento, mesmo sem saber o motivo de me sentir bem fazendo isso.

- Beomgyu? Yeonjun? - Soobin se aproximou com passos largos, fazendo minha atenção ser desviada totalmente para si. - Yeonjun já está dando as caras assim? Desculpe amigo, esse cara aqui já é meu!

- Como é? - Soobin passou seu braço por volta de meu pescoço fazendo o garoto soltar minha mão imediatamente, eu o olhei com raiva e tirei seus braços de cima de mim. - Olha Choi Soobin, é melhor se organizar melhor, eu vim aqui achando que iríamos conversar sobre o trabalho mas tudo que eu fiz foi ficar plantado olhando você jogar.

Os dois garotos me olharam surpresos e o clima de repente ficou estranho, minha autoridade despencou drasticamente quando o rapaz loiro soltou uma gargalhada alta.
Eu realmente não sei o que fiz de tão ruim para merecer estar preso nessa situação.