Cap VI

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De volta para casa, a vida voltava ao eixo.

Eu redescobria meu espaço nessa cidade enquanto voltava aos poucos a rotina, tentando me achar no mundo.

Termos ficado juntos naquele dia não mudava nada, ele continuava misterioso, eu via que ele me queria mas fugia, algo sempre o afastava.

E eu, ao mesmo tempo, queria ficar e fugir, um paradoxo complexo demais para resolver.

Eu não sabia e nem entenderia de fato seus motivos, mas eu não sou burra. Algo em mim não era suficiente. Ou talvez ele simplesmente não quisesse se envolver. O difícil era ver o oposto em suas demonstrações.

Ele vivia da maneira que achava conveniente, me tratava bem, frequentávamos os mesmos lugares, mesmos amigos, mas ele ficava com alguém diferente a cada dia.

Eu jamais ia querer isso para minha vida. Mas era difícil resistir a ele.

Eu voltei por saudade dele, mas ele havia me machucado demais sumindo sem explicações. Por mais que eu o amasse, eu não ia mais me expor daquela forma de novo.

Eu ia em alguns shows nas cidades vizinhas porém, eu ficava altamente estressada, e tinha medo que as pessoas notassem.

O assédio que ele sofria ainda era enorme e eu não tinha estômago para isso.

Aqui em Tulsa eles tinham uma certa "tranquilidade". O sucesso estrondoso tinha dado uma diminuída significante. Eles conseguiam sair e viver, mas eram sempre discretos.

Rebeca ficava em cima, mas era impossível controlar Taylor ainda mais agora mais velho. Até Isaac estava sob controle, mas Taylor estava impossível, segundo ela reclamava para Walker.

Ele estava rebelde, bebia e não ligava para nada. Até a música que era o que ele mais amava estava ficando de lado.

No meio da bagunça de meus pensamentos, recebo uma mensagem de um amigo, avisando que todo o pessoal iria se encontrar no Cellar mais tarde. Ele estaria lá, e eu queria sim vê-lo.

Eu não tinha nada em mente, Rebeca estava fora da cidade. Achei que seria divertido e fui.

A música estava alta, as pessoas animadas e eu em meus plenos dezoito anos sentia a vida pulsar nas veias.

Vejo que Isaac chegou, criando uma movimentação de amigos em volta para cumprimentá-lo. Meu coração acelera na esperança de Taylor estar junto, não demora e eu o vejo entrando. Dessa vez causando comentários nas meninas.

Era sempre assim.

Reviro os olhos!

Volto para o balcão onde o barman está servindo a mim e alguns amigos doses de tequila.

Vejo que ele se aproxima, já que a bagunça chamou sua atenção.

Exatamente na hora que ele chega eu estou lambendo o sal na mão e virando a tequila. Chupo o limão que me arrepia e bato com o copo no balcão.

Ele vê a cena e provoca.

⁃ Eu também quero. Mas eu faço!

Ele recebe o copo. Molha meu pescoço, coloca o sal, e coloca o limão na minha boca

⁃ Eu aprendi assim!

Ele fala orgulhoso. Ele sempre tinha algo a ensinar.

Reviro os olhos mais uma vez.

- Ok, Taylor...

O limão azedo me arrepia, mas a lambida que ele dá em meu pescoço enquanto tira o cabelo com a mão, me derrete.

OUTONO (CONCLUÍDA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora