Cap XIV

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Eu queria poder sumir por um tempo, assim como Taylor fez, sumir das pessoas, de Tulsa, de mim mesma.

Era um pensamento egoísta, eu sei, porém nesse momento era essa minha vontade, deixar de existir por alguns dias.

Os dias se arrastavam, tudo era a cópia de uma cópia, nada era real.

O amor estava ali o tempo todo, me encarando o tempo todo, me fazendo lembrar o quanto eu queria estar com Taylor e não podia.

Rezo para que tudo seja um pesadelo e que eu acorde logo.

Tudo em mim me lembra ele.

Eu queria ter feito mais. Eu queria ter dito que o seu beijo é o melhor do mundo, que eu amo sua voz rouca, seu sorriso bobo quando acorda. Que amo o cheiro do seu cabelo, do seu travesseiro, das suas roupas.

Que seu abraço é o melhor lugar em que posso estar, que seus olhos são como encarar o infinito.

Agora não importa mais... Eu nunca poderei dizer essas palavras que não falei...

Mas eu queria que ele soubesse que eu o amo muito, e que não importa o caminho que a vida tomou, eu quero que saiba que o seu amor foi o maior amor que eu recebi e senti.

Finalmente o dia do resultado chegou, a espera havia sido desafiadora.

Eu não sei o que me deixava mais nervosa naquele dia, se era o fato de descobrir toda a verdade sobre minha vida ou se era o fato de ver Taylor depois de todo esse tempo.

Não passou um dia sequer, durante esses meses todos, sem que eu tenha pensado nele.

Uma chuva insistente cai lá fora e meu pessimismo me avisa que não seria um bom dia.

Tomo um café forte esperando algum tipo de conforto mas isso não acontece.

Combinamos de nos encontrar no escritório de Walker no centro de Tulsa, por descrição, o resultado seria entregue lá.

Pego a bolsa e as chaves do carro.

Abro a porta e Rebeca é a primeira imagem que vejo.

Me senti não infeliz que desabei em seus braços.

Me jogo em seu peito e a abraço como há muito tempo não a abraçava, eu sequer lembrava se um dia isso havia acontecido.

⁃ Rebeca, me desculpa! Eu fui muito injusta. E eu te perdoo, indiferentemente do resultado. Eu te perdoo. E eu te peço perdão por ter sido tão complicada esses anos todos.

Eu nunca tinha me sentido tão sozinha como naqueles meses, e isso me fez repensar na minha relação com minha mãe. Eu sentia que precisava retomar esse sentimento. Ela não tinha culpa de nada. Todos fazemos besteiras. O tempo todo!

⁃ Seu abraço me faz esquecer tudo Faye. Eu também não sou uma pessoa fácil, e sei que devo ter falhado muitas vezes como mãe. Eu fui o melhor que eu podia ser, tenha certeza. E eu tenho certeza que eu poderia ter feito muito mais. Mas eu estou aqui e estou disposta a consertarmos tudo.

- Obrigada por estar aqui! Isso tudo é importante para mim...mãe!

- Walker não é seu pai Faye, eu juro para você, se preferir não precisamos ir até lá... Você decide...

OUTONO (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now