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Louis pensou que tinha atingido o nível máximo de tristeza no dia em que Sam terminou consigo, mas ele estava errado.

O enterro de seu pai fora há uma semana, e desde então ele só sai das cobertas para ir trabalhar. Queria que aquela única atividade servisse como uma espécie de distração, algo para fazer com que ele parasse de sentir tanto a dor da perda, mas não era bem assim, já que ir para a sorveteria era sinônimo de passar mais de cinco horas ao lado de Harry, sentindo seu peito se reprimir a cada ignorada que levasse. E depois ia para casa se perguntando se demoraria muito para que ele conseguisse superar, já que, mais de uma semana sem falar com o mais novo, não parecia o suficiente.

Ou seja, Louis estava passando oficialmente por um dos momentos mais difíceis da sua vida e nem tinha como negar. Se sentia sozinho, apesar de Gigi e Niall ligarem para si quase todos os dias, perguntando como ele estava e se queria companhia, mas ele só sabia negar.

Harry não o ligou nenhuma vez. Até Liam e Zayn tinham lhe mandado mensagem, mas Harry não. Louis sabia que algo não se encaixava muito bem, afinal, ele tinha perdido seu pai, o mínimo que o garoto deveria fazer ─── por mais puto que estivesse ─── era mandar uma mensagem desejando os pêsames, mas nem isso. Aquilo não entrava na cabeça do mais velho, já que conhecendo Harry, sabe que ele não é uma pessoa apática ou qualquer coisa do tipo, então deveria ter algum motivo para ele estar o evitando tanto assim.

De qualquer forma, não queria pensar nisso agora, sua cabeça estava bagunçada com tantas coisas e a única vontade de Louis era esquecê-las, simplesmente apagar tudo de sua mente e parar de sofrer. Ele sempre teve o costume de se entregar a dor, ao invés de ignorá-la, mas a questão é: ele não aguenta mais.

O pior de tudo é que, por mais que tentasse esquecer, ele não achava que era o certo. Isso também acontecia em relação a Sam, mas dessa vez era totalmente diferente, era como se ele sentisse que sua dor pela perda do pai amenizasse pelo menos 50% se Harry estivesse ali consigo. Como se ele precisasse do mais novo ao seu lado.

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Era sábado, e esse tinha se tornado o dia da semana favorito de Louis, já que ele não tinha que trabalhar e parecia que todos estavam ocupados demais para ficarem ligando para si e perguntando como ele está, então ele tinha liberdade total para ficar em sua cama, sem mover um músculo sequer.

Depois de duas horas deitado, começou a lhe dar fome e ele até queria ignorá-la, mas foi impossível. Levantou-se e andou até a cozinha num desânimo total, chegando lá abriu a geladeira, e como era de se esperar, não encontrou nada.

Respirou fundo em desgosto, percebendo que ia ter que sair para fazer compras.

Tomou um banho rápido e vestiu qualquer roupa, pegando seu dinheiro e abandonando a casa.

Seu objetivo era simplesmente chegar ao mercado, comprar umas dez caixinhas de macarrão instantâneo, duas garrafas de refrigerante e apenas voltar para casa. E ele até teria feito aquilo se não tivesse parado em frente à maldita loja de bichinhos de pelúcia que o remeteu várias lembranças, que apesar de serem muito boas, ele não queria tê-las.

Se viu parado em frente aquela loja por mais de cinco minutos, até o momento que a atendente saiu o perguntando se ele queria alguma coisa e ele negou de forma constrangida, e movido por alguma força do além, saiu andando na direção contrária do mercado.

Como se não tivesse controle algum sob o seu corpo, caminhava a passos rápidos até a casa de Harry. Ele sabia que aquilo não era certo, que ele não deveria ir naquela direção porque se arrependeria no final, mas sua vontade de ver o mais novo, conversar com ele e talvez resolver as coisas para que tudo voltasse a ser como era antes falou mais alto.

𝐕𝐄𝐍𝐔𝐒, 𝗅𝖺𝗋𝗋𝗒.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ