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Talvez falando dessa forma soe um pouco psicopata, mas desde o momento em que Harry pôs os olhos em Louis pela primeira vez ele soube.

Naquele dia, na festa, quando ele viu um rapaz estonteante andando de forma atrapalhada pelo meio da multidão, algo dentro de si o alertou e foi como se seu coração lhe desse um aviso de que aquele era o cara.

Foi inevitável não tirar uma foto. Uma não, várias. Afinal, ele não sabia quando o veria novamente e não poderia perder de vista alguém que despertou algo tão... Estranho e novo em seu peito.

Era diferente de um interesse casual ou uma simples atração. Era como se depois de boa parte da sua vida, ele tivesse encontrado aquele a quem sempre esperou. Harry gostava de pensar que tinha a ver com almas gêmeas ou algo assim, ele sempre leu sobre coisas do tipo e apesar de não acreditar, achava lindo e muito romântico. Mas hoje, ele acredita.

Quando ele e Louis trocaram as primeiras palavras entre si, se sentiu imediatamente encantado pela timidez e beleza do mais velho, mas a tristeza aparente em seu rosto o incomodava e ele sentia que estava disposto a fazer qualquer coisa para arrancar um sorrisinho que fosse daquele homem.

E quando Louis sorriu... Ah... Foi como se os planetas tivessem se alinhando e ali todas as suas desconfianças se confirmaram... Era ele, e nunca seria ninguém além dele.

Na primeira semana de trabalho Harry já soube que estava apaixonado. Não se repreendia por isso ter acontecido tão cedo, foi um encontro de almas e ele sabia que na hora certa Louis perceberia isso também...

Ou pelo menos achava que sim.

Ele não queria ter ficado inseguro quanto a isso, mas era difícil não ficar quando Louis claramente falava de outro com um sentimento de amor claro em seu tom de voz e brilho nos olhos, e a cada vez que isso acontecia, Harry sentia seu peito apertar.

Chegou a pensar que fosse coisa de sua cabeça, que talvez aquilo nunca fosse passar de uma paixão platônica, mas ao mesmo tempo algo em seu coração gritava que ele deveria insistir e ir atrás de Louis, porque assim mandou o destino.

E a cada dia que passava, Harry tinha mais certeza sobre isso. O amor em seu peito só crescia e ele não tinha mais vergonha de demonstrar, mas prometeu a si mesmo que só se permitiria entregar-se a Louis por completo quando soubesse que o coração do último não pertencia mais a outro. Essa promessa só se intensificou dentro de si quando percebeu que os seus beijos agradavam, e muito, ao mais velho. Não, ele não iria ser apenas alguém passageiro na vida de Louis.

Ele tentou resistir ao máximo e até inventou um namorado para que Louis saísse de seu pé. Mas foi inútil. A cada beijo trocado a sua vontade de ter o mais velho aumentava, e sabendo que pelo menos o desejo era mútuo, acabou por concordar em seguir com aquilo, mesmo sabendo que a intensidade de seus sentimentos era diferente, e ainda se sentindo muito inseguro quanto a Sam.

E foi aí que tudo desmoronou.

Harry era uma pessoa que levava tudo de forma muito radical, se colocava uma coisa em sua cabeça era difícil tirar, e no momento que chegou à conclusão de que Louis estar sozinho com Sam naquela viagem só resultaria em uma única coisa, se sentiu afundando.

Tentou descontar sua tristeza e insegurança com as balas, mas elas já estavam no fim e aquilo não era o suficiente.

Quando pôs os pés para fora de casa, seu objetivo era apenas beber... Beber até esquecer de uma forma que ele já não fazia há anos, e pensou que não faria mal, afinal, era só uma bebida. Comparado a tudo o que já usou, aquilo era muito pouco.

O problema é que para um ex-viciado, a lembrança de um simples gosto e sensação poderia levar a vontade e saudade de sentir tudo com mais intensidade. E exatamente com aquele pensamento de que "não faria mal", que ele foi atrás de mais e conseguiu o que queria. Teria conseguido ainda mais se não fosse Liam chegar e não deixar que se afundasse totalmente como há alguns anos.

𝐕𝐄𝐍𝐔𝐒, 𝗅𝖺𝗋𝗋𝗒.Where stories live. Discover now