Capítulo 44

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O sol estava quase nascendo enquanto eu e Patrick percorríamos o caminho para sua alcateia com cuidado. O mesmo sentia alguém nas redondezas, um cheiro incomum para ele, nos fazendo andar com cautela para não chamarmos atenção.

- Você pode soltar meu braço? - Disse a ele que se mantinha na minha frente.

- Você vai nos atrasar.

- Eu estou cansada, não consigo mais acompanhar seu passo. - Ele me ignorou continuando a me forçar a acompanhar seu passo. 

De soslaio, eu notei um rio passando por perto e nesse momento eu caguei para o que ele queria. Empurrando seu braço para baixo com minha outra mão, eu andei até aquela fonte de água.

- Que merda. Alison. - Resmungou baixou.

- Vou ignorar você agora.

Eu entro no rio de roupa mesmo e mergulho a cabeça aproveitando para beber água. Olhei para trás vendo Patrick de cara amarrada e eu sorrio jogando água nele.

- Você é muito sério.

- Aparentemente você está renovada, vamos.

- Espera mais um pouquinho. - Dei as costas para ele e tirei o excesso de água do rosto e cabelo, logo ele entra na água e para atrás de mim - Aproveite tam... ai! - Exclamo depois que ele jogou terra em meu cabelo fazendo ele ficar com lama.

- Precisa disfarçar seu cheiro, não sabemos quem está por perto - Ele pega mais terra e suja meu rosto.

- Para com... - Ele tampa minha boca com um dedo ficando atento e se concentrando.

Subitamente ele me pegou pela cintura e me levou até a margem, que era íngreme, e nos deixou abaixados só com a cabeça para fora da água. Seu corpo ficou grudado no meio enquanto sua atenção estava presa nas árvores.

Nesse momento todo o meu corpo ficou tenso, pela súbita aproximação dele, pelo susto de ser puxada ou até pelo nervosismo de ter alguém ruim por perto.

Sua mão agarrou fortemente minha cintura quando eu ouvi um rosnado abafado sair de sua garganta, provavelmente eu não escutaria se não estivesse tão perto dele. O que me deixou mais tensa, fazendo minha respiração ficar descompassada.

- Controle sua respiração. - Ele sussurrou levemente como um aviso.

Eu não estava conseguindo, o que me fez decidir mergulhar na água e ficar quietinha. De uma vez Patrick me puxou para a superfície.

Ele é tão delicado.

- Falta pouco para chegarmos na alcateia, vamos com cuidado antes que nos vejam. - Sua voz grave me fez perceber quanta seriedade ele estava colocando nisso

- Quem era?

- Acho que uma equipe amadora de caçadores, devem estar aproveitando que não tem lobos perambulando ou querem dificultar nossas vidas se fazendo de presas fáceis para ferrar com a gente. Agora vamos - Diz saindo do rio e eu percebi que suas roupas não molharam.

- Por que suas roupas estão secas? - Questionei ainda dentro da água estranhando, o mesmo deu de ombros e esticando sua mão para mim respondeu:

- São ilusórias, tecnicamente eu estou nu, mas assim eu não me exponho. - Eu senti a vermelhidão chegar até meu rosto ao lembrar que ele estava grudado em mim agora a pouco e no mesmo momento eu pensei em  flores de abacaxis para espantar a vergonha.

A Loba SelvagemWhere stories live. Discover now