3. this is just the beginning

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Estou com medo.

Pela primeira vez em minha vida, mesmo depois de tudo que eu passei, vivenciei e enfrentei, eu estou com medo. O medo do desconhecido é pior do que a presença do mal em si.

Desde pequeno fui exposto as coisas ruins da vida. E a crueldade humana é uma coisa que conheço bem. Mas como eu poderia categorizar o que estou vivendo agora?

[Desconhecido] 13:45

Já se passaram dois dias. Volte para casa.

A notificação do meu celular me apavora como se estivesse em frente a um perigo físico de morte. Estou sendo incomodado por um homem que eu não conheço, onde eu me sinto recluso e sozinho como nunca me senti antes.

Depois do ocorrido com o taxista, eu entrei em um total pânico, me levando a um pequeno surto no qual eu assustei um homem inocente e meu melhor amigo, que agora me olha como se eu fosse um louco. Hoseok é compreensivo para as coisas, mas a sua agonia me machuca mesmo quando sei que ele não quer me incomodar com isso.

Eu deveria contar, não é?

Mas por que eu não faço isso?

Quando ele me perguntou quem era o homem pelo qual eu me assustei e surtei, eu menti tão rapidamente e facilmente, que eu não soube como eu fui capaz daquilo.

Agora estou aqui, me apoçando de seu teto e de sua vida como se ele fosse a minha barreira de proteção. O que eu sei que não é.

Estou tremendo sentado no sofá da casa de Hoseok que agora está em uma de suas aulas da faculdade. Se eu tivesse contado para ele, eu sei que ele estaria aqui comigo, e que eu teria alguém para ao menos me aliciar pelo o que eu devo fazer. Mas por outro lado, seu eu tivesse contado, Hoseok agora estaria matando aula para me ajudar em algo que não sei como começar a me ajudar.

Eu não posso incomodar. Eu odeio fazer isso. Odeio a dependência alheia.

É, mas cá estou eu.

Noite passada pesquisei sobre algo relacionado ao que eu estava vivenciando. A resposta mais perto do ato era de stalking. O que não faz sentido algum.

Por que um homem estaria perseguindo outro homem?

Para algo cruel, é óbvio. Pois é só isso que fazemos uns com os outros.

Mas ai, entra outros tópicos importantes a serem pensados. Primeiro, é que ele está brincando comigo, e no fim, quer me matar. Eu sei que matar é uma análise muito forte, porque se for parar para pensar, ele já poderia ter feito isso há um tempo. Mas é algo que faz sentindo no final de tudo. Segundo, é que talvez ele esteja me confundido com outra pessoa. E à partir disso, gera outras questões a serem analisadas. O que no final, resta apenas uma coisa para se fazer, pois eu realmente não sei o que pensar.

Eu irei procurar saber quem está fazendo isso e o por quê.

Ao pesquisar também sobre como a Coréia lidava com casos de stalking, a legislação não levava o assunto muito a sério. Mas é o esperado de um país onde a maioria romantiza a perseguição como uma forma de amor a suas possíveis vítimas.

Contudo, eu não acho que esse seja o caso. Porque como eu mencionei, homens não enviam comidas a outros homens com algum intuito mais significativo a não ser querer agir de uma maneira desconfiada.

Homens são sádicos. Eles nunca têm boas intenções.

Me levanto e ando de um lado para o outro, segurando meus cabelos com força. Estar com medo me deixa irritado, pois eu realmente deveria agir como um homem nessas horas. Eu não tenho ninguém por mim e esse é um fato que já me dei conta desde os meus doze anos de idade. Vendo agora que estou aflito por um outro homem, que talvez venha ser um maníaco, no qual no fim pode ser tudo um mal entendido, me deixa desnorteado.

Paranoid | namkookOnde histórias criam vida. Descubra agora