08

80.1K 6.7K 783
                                    

Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

.

.

.

Já passava de oito horas da noite quando finalmente chegamos à escola, depois do cansativo trânsito de São Paulo, e encontramos uma furiosa diretora com meu filho junto. De imediato Leo tentou vir até mim, mas foi impedido por ela.

— Cadê o Conselho Tutelar? — É a primeira coisa que Vic diz.

— Boa noite, professora Gardênia — falo tentando não me amedrontar com a magérrima, de cabelos cacheados e alta diretora da escola. — Eu sinto muito pelo mal-entendido.

— Mal-entendido? A senhora deixou um menor na escola três horas além do horário dele e ainda não atendeu o telefone. — Solta a mão de Leo que vem até mim, pulando no meu colo.

— Senti saudades, mamãe! — diz dengoso.

— Ah, Gardênia, eu tenho certeza de que a Helena não é a primeira nem a última a se atrasar para buscar o filho. — Vic tenta intervir.

— Não, não é. Mas, respondendo à sua pergunta, Victoria, o Conselho Tutelar não está aqui, desta vez... Caso haja reincidência, podem ter certeza de que não hesitaremos em chamá-los. — Ela parece mais irritada que quando chegamos. — E a senhora, dona Helena... — Faz questão de apontar para mim enquanto seguro firmemente meu filho no colo, pedindo-lhe desculpas baixinho. — Precisa claramente rever suas prioridades, além de que precisa atualizar o seu número de telefone. Estamos tentando há bastante tempo falar com a senhora.

— Eu peço desculpas, professora Gardênia. Estou sem telefone faz um tempinho. Providenciarei um ainda esta semana mesmo e virei pessoalmente à escola atualizar — garanto.

— Enquanto isso, pode entrar em contato diretamente comigo. — Vic avisa. — Eu e Helena nos vemos quase todos os dias, você sabe, ela trabalha com o Hugo e...

— Com o Victor Hugo? Claro, sem problemas, Victoria. — Um estranho sorriso se abre levando-me a acreditar que não foi à toa que minha amiga citou o marido. — Como ele está, falando nisso? Faz tempo que não o vejo...

~*~

A maior demora foi Vic falando sobre como estava o senhor Victor Hugo para a diretora. Descobri coisas sobre ele que eu nem mesmo imaginava, como por exemplo, que ele trabalha com moda; para ser mais exata, tem diversas fábricas e lojas espalhadas pelo Brasil. Mas, por mais que eu tenha ficado interessada, ninguém estava mais interessado que a própria professora Gardênia. Uma pena que não foi o suficiente para ela esquecer o episódio e fez-me assinar uma espécie de advertência antes de finalmente nos liberar.

Leo acabou cochilando na volta para casa, depois de muito conversar com Vic. Tudo o que eu não podia era gastar no momento, mas havia prometido à professora Gardênia que iria resolver minha questão telefônica o quanto antes. E minha palavra era uma das poucas coisas que me restara. Eu não falharia.

Tão logo coloquei Leo na cama e voltei para a sala, Vic abriu sua bolsa e me entregou a caixa que havia tentado me entregar junto com o presente que havia trazido ao meu filho dias antes.

— Olha, eu sei que você é orgulhosa, cabeça dura, mas isso não é só por você, isso é pelo Leo. — A caixa é pequena e está embrulhada com um papel de presente dourado.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora