2. NÃO FOI UMA BOA IDEIA

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EMMA

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EMMA

Acelerar a moto no final daquele dia tão difícil era tudo o que eu queria para o início da noite e chegar em minha casa recém alugada, tomar aquela ducha quente era somente tudo que pretendia. Logo que abri a porta respirei fundo cansada lembrando que as caixas estavam espalhadas pelo lugar todo e que ainda teria que tirar muitas coisas dali e que elas não se guardariam sozinhas. Tirei uma delas de cima do sofá e decidi sentar, eu só queria pensar em tudo que deixei para trás quando sai de River Falls ainda nova e decidi mudar minha vida, pois não havia sido em nada uma vida invejada por alguém, desde o princípio tudo havia sido muito difícil.

Eu e Anna éramos irmãs gêmeas e nascemos na cidade de River Falls mesmo, e tudo saiu do planejamento quando nossos pais morreram em um acidente de carro quando ainda éramos muito pequenas e, sem família próxima acabamos indo morar com um tio avô que cuidou de nós até morrer meses depois, uma completa falta de sorte nossa pois, o tempo foi passando e fomos crescendo, Anna acabou se apaixonando por Charlie um pouco depois de eu decidir entrar para a polícia e ainda lembro muito bem que não gostei em nada da escolha que Anna estava fazendo de sua vida. Ainda estava viva na memória as palavras que usei com ela.

— Ele não é homem para você Anna. O cara é de gangue de motoqueiros e andam dizendo por aí que vende até drogas e até mesmo armas...— eram essas as palavras que usei e havia escutado de pessoas próximas a mim, por isso a preocupação.

— Isso tudo é coisa de gente fofoqueira, típico dessa cidade, a língua deles é maior que o centro daqui. — ela erguia o queixo para mim quase como orgulho em proteger o namorado, enquanto pegava sua bolsa, para ir até a faculdade, seu sonho foi concluído quando se formou professora em Artes.

E enterrar Anna anos depois de minha saída não havia sido nada fácil e não me perdoava por tê-la deixado tanto tempo sozinha. O remorso aparecia quase todo dia, a solidão em saber que nunca mais teria alguém que pertencesse à família que toda a minha história e de meus descendentes acabaria...era muito triste.

Passei a toalha pelos meus longos fios de cabelos úmidos escuros e sentei à beirada da cama ainda desarrumada da parte manhã, não tinha costume de arrumar, andava um pouco desleixada com os serviços domésticos, eu até queria parar de pensar nisso por enquanto, mas a perda da única pessoa que tinha relação familiar, e vínculo afetivo que não estava mais por perto e que eu nunca mais veria me fazia perder um pouco o ritmo de tudo desde a última semana que voltei. Todo o meu histórico de vida, todas as lutas que tive que vencer diariamente para conseguir me manter firme nos objetivos que era entrar na polícia e seguir uma carreira daquilo que eu achava que era o correto, não eram agora nenhum pouco grandes, perto do que teria que passar.

Decidi voltar a River Falls a pequena cidade onde nasci e cresci para descobrir realmente quem matou Anna. Três anos se passaram e simplesmente nada aconteceu, precisava descobrir o que estava por trás da demora em achar culpados. Eu sentia que tinha algo grande, por isso tinha deixado minha vida de lado.

NOS BRAÇOS DE UM POLICIAL ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora