3. DE VOLTA AO JOGO

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EMMA

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EMMA

Assim que me levantei do banco alto em frente ao balcão do bar, passei rente a algumas outras mesas na direção do banheiro e me chamou atenção, um homem com fartos cabelos escuros me encarando de repente. Eu o olhei no mesmo instante reparando no vinco entre os olhos e a testa denunciando assim sua idade que deveria ser um pouco mais dos quarenta, uma postura austera como se estivesse pronto para o combate e aquela pose lembrava um pouco a mim mesma. Definitivamente era um ex militar ou um policial aposentado, a curiosidade me fez aguçar naquele momento devido a beleza exótica do homem, notei que pelas pernas compridas embaixo da mesa, ele era mais alto do que eu e os olhos eram de uma intensidade impressionante mesmo ele não querendo demonstrar, a barba escondia quase todo o desenho do seu rosto, mas consegui reparar que ele apertou os lábios assim que me viu. Desviei do olhar do homem que voltou seus olhos para seu grande copo de cerveja e que se divertia com a companhia de outro homem um pouco mais velho sentado à sua frente. Eu não estava mais acostumada a flertar e aquele homem muito menos.

Logo que voltei para o lugar percebi que tinha que ir embora, mas ao mesmo tempo percebi que o agente Hamm não estava sóbrio, para dirigir até sua casa. Eu precisava fazer alguma coisa em relação aquilo. Eu não poderia simplesmente deixá-lo voltar dirigindo para casa. Seria muito errado e fora da lei. Não poderia deixa-lo fazer alguma besteira.

— Venha Daniel, vou pedir um carro de aplicativo para você. — disse em tom baixo perto se sua orelha para que ninguém mais ouvisse.

— Não, não...eu estou bem... — ele quase gritou chamando atenção das pessoas à sua volta.

— Ficará melhor ainda amanhã, se for embora agora mesmo. — Puxei o celular do bolso de trás de minha calça e digitei rapidamente. Ele não era todo mau, como havia pensado há algum tempo. Fiquei penalizada ao vê-lo tão despido de suas vergonhas.

— Hum...está bem... — Daniel saiu do banco do bar meio a contragosto. — A última mulher que me deu ordens foi minha ex mulher... — ele ainda reclamava ao entrar no carro sendo ajudado por mim, tinha orgulho do tamanho do mundo.

— Ele dará o endereço a você. — me dirigi ao motorista sem escutar Daniel reclamando que não queria ir embora.

Já eu, sabia também que não estava em condições realmente naturais para pilotar minha moto, mas eu também sabia ser teimosa o suficiente para saber que conseguiria chegar em minha casa há pouco mais de um quilômetro de distância. Voltei ao bar para terminar de beber o que havia pedido e não pude deixar de olhar novamente na direção daquele homem de cabelos escuros e feição de poucos amigos quando eu ainda estava sentada ao bar. Quando decidi que aquela seria minha última dose já se passava das quatro da manhã e mal notei que um par de olhos escuros me observava do outro lado da rua. Aquela cena um tanto quanto inusitada para aquele dia da semana, uma mulher sozinha pilotando sua moto. Fui embora pela larga avenida passando pelo grande túnel que atravessava para o outro lado do bairro da cidade nada que fosse longe de minha casa e afinal aquela hora da noite o túnel estava praticamente sem tráfego e as luzes sempre acesas não deixavam o ambiente mais austero do que já estava pelo horário tão taciturno. Cheguei em casa e cai na cama de qualquer jeito...

NOS BRAÇOS DE UM POLICIAL ( Degustação)Where stories live. Discover now