Para de drama

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O empresário a olhava com certo estresse, não queria conversar com ela, pois ainda se sentia ofendido com o que ela falou mais cedo. Ela podia duvidar de muitas coisas sobre ele, menos de seu caráter. Aquilo era demais para o homem.

— Eu não quero conversar. - falou colocando as mãos no bolso.

— Me dá uma chance para eu me redimir. - sua voz elevou-se em uma oitava.

— Se você ainda tem um pingo de respeito por mim, vai para casa e me deixa em paz.

— Você demorou a me atender de propósito, né? - o encarou.

— Sim, eu vi você da janela e achei que iria embora se eu não atendesse, mas como tocou mais de duas vezes eu imaginei que era algo sério. - coçou a barba.

— E é algo sério. - tentou aproximar-se mas ele recuou.

— É sobre o bebê? - observou ela negar. — É algo com a Soso? - ela negou novamente. — Então o que tenho haver?

— Você vai mesmo ficar me tratando com toda essa rispidez? - seus olhos marejaram.

— Estou te tratando normal.

— Você não era grosso assim. - sua voz saiu por um fio.

— Eu não estou sendo grosso, apenas estou respondendo o que você me pergunta. - passou a mão no cabelo. — Você está acostumada com o mundo aos seus pés e eu sinto muito, mas isso não é para mim.

— Germano, eu sou mãe do seu filho. - tentou argumentar.

— E nada além disso. Boa noite! - falou fechando a porta e se recostando na mesma. Passou as mãos no próprio rosto tentando conter o próprio nervosismo.

Dona Euzébia que observava a conversava dos dois de longe, aproximou-se do patrão.

— Está tudo bem, doutor Germano? - tocou o ombro dele. — É alguma coisa com o bebê? Com a dona Lili?

— Não, eles estão bem. - respondeu triste.

— Então o que aconteceu? - a mais velha o puxou para sentar no sofá junto à ela.

— Eu e Lili não estamos mais juntos. - coçou a barba.

— Eu imaginei que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. - confessou o olhando. — Aquela montanha russa que vocês estavam vivendo não era coisa de gente normal.

— Eu sei que não, mas eu gostava dela. - responde frustrado.

— Gostava, não. O senhor gosta. Se não, não estaria assim, todo afetado. - Euzébia segurou a mão direita do empresário. — Mas qual foi o motivo do término?

— Eu já estava ficando exausto desse vai e vem, sabe? Mas o estopim foi quando ela me comparou com o ex marido canalha dela. - tossiu levemente, sua garganta estava começando a doer.

— Mas só sendo uma maluca como ela mesmo para comparar o senhor a um estrupício daqueles. Tenha santa paciência! - a mais velha levantou-se estressada. — O senhor fez foi se livrar. Aquela doida não lhe merecia.

— A doida é a mãe do meu filho, dona Euzébia, mais respeito por favor! - ponderou-se.

— Ela que se dê o respeito, mas rapaz, vê se pode, comparar o senhor com aquele traste. Maluca! - a mulher pontuou e saiu rumo ao seu quarto.

Germano ficou mais alguns instantes sentado no sofá refletindo sobre tudo que havia acontecido e a única coisa que ele pôde compreender era que, por mais que gostasse dela, eles não poderiam ficar juntos. Eram muito diferentes.

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