Estou bem

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A governanta a encarava enquanto ainda segurava a maçaneta da porta. Por outro lado, a empresária sentia que a mais velha estava estressada e já imaginava o porque.

— Bom dia, dona Euzébia. - suspirou. — Eu gostaria de falar com o Germano.

— O doutor não está podendo receber visitas. - limitou-se.

— Eu sei que ele está doente e quero vê-lo. - cruzou os braços encarando a governanta.

— Pode baixar essa sua pose que aqui a senhora não dá ordem.

— Dona Euzébia, por favor. - implorou. — Eu sei que a senhora não vai com a minha cara, mas me deixa passar.

— Não vou mesmo. - cruzou os braços. — A senhora é dondoca, implicante e mimada.

— Muito obrigada pela parte que me toca. - respondeu irônica. — Agora que a senhora já me elogiou, posso entrar? - tentou mais uma vez.

— Já disse que não. - a mais velha bateu o pé. — Eu já sei do que aconteceu com a senhora e o doutor Germano e acho que ele não quer vê-la.

— Mas ele está doente, eu só quero ajudar. - suspirou nervosa.

— Eu entendo que a senhora queira ajudá-lo, mas eu acho que nesse momento a senhora precisa dar um tempo a ele. - a olhou nos olhos. — Mesmo eu não gostando muito da senhora, devo ser sincera em dizer que você devolveu o brilho dos olhos dele, então vou lhe dar um conselho... - observou a empresária assentir para que ela continuasse. — Conhecendo o doutor como eu conheço, ele não vai querer lhe escutar agora, pois está tudo muito recente. Dê um tempo a ele e depois tente novamente, tenho certeza que tudo irá se resolver.

— Será, dona Euzébia? - estava com medo de ter o perdido.

— Pode confiar, mas, dona Liliane... - a encarou. — Esteja certa do que quer, porque se for para machucá-lo novamente, é melhor a senhora manter distância.

— Pode ficar tranquila, eu não o machucarei de novo. - assentiu. — Obrigada pelo conselho. Aliás, eu trouxe um antibiótico muito bom para ele, por favor... - entregou o remédio a governanta. — De oito em oito horas durante três dias. Ele vai ficar bom logo logo. - virou-se para ir embora, mas antes deixou um recado. — Diga a ele que vim aqui, por gentileza. Tchau! - despediu-se adentrando o carro e dando partida rumo a sua casa. Estava sentindo um cansaço enorme e resolveu que tiraria o dia para descansar.

*****

Mansão dos Bocaiúva

Era por volta de meio dia quando Sofia adentrou a casa lançando a mochila no sofá e indo em direção a cozinha atrás de dona Lurdes, a menina estava morrendo de fome.

— Bom dia, flor do dia. - a adolescente falou animada abraçando a empregada.

— Oi, meu amor! - sorriu. — Como foi na escola?

— Tudo ótimo. - piscou para ela. — Dona Lurdes, estou morrendo de fome. - fez cara de pidona observando as panelas.

— Não lanchou na escola não?

— Lanchei, mas a senhora sabe como é, né? - gargalhou. — Esqueceu que meu estômago é um buraco negro?

— Não esqueci não. - respondeu divertida. — Vá chamar, dona Lili. Eu vou por a mesa.

— Minha mãe tá em casa? - questionou surpresa.

— Está no quarto, deitada. - a mulher respondeu retirando os talheres da gaveta.

— Ela está doente?

— Não, só está cansada.

— Vou lá. - beijou a bochecha da empregada e subiu rumo ao quarto da mãe. Bateu na porta e a mais velha permitiu a sua entrada. — Bom dia, coisa linda. - deitou ao lado dela.

Sorte & AzarOnde histórias criam vida. Descubra agora