Volta para mim?

472 27 14
                                    

A mulher encarava o pai e o irmão que estavam em pé diante dela, que ainda, se encontrava deitada no leito. A empresária buscava maneiras de convencer o mais velho a deixá-la ficar em sua casa, ao invés de viajar.



— Pai, não faz sentido. Por que passar uns dias sozinha em Araras?



— Você precisa e não se fala mais nisso, Liliane. - colocou as mãos no bolso. — Que mania de querer explicação para tudo.



— Ué, mas é o normal, né?



— Eu sou seu pai e quando te dou uma ordem você obedece, ao invés de ficar contendendo.



— Arcaico... - Alfredo comentou e levou um tapa na cabeça. — Ai, pai!



— Se a Aurora estivesse entre nós eu tenho certeza que isso não estaria acontecendo. - referiu-se à mãe dos dois. — Meu Deus, onde eu errei? - passou a mão no rosto.



— Para de drama, doutor Ernesto. - Lili sorriu do mais velho. — Eu vou para Petrópolis, mas quem vai ficar com a Soso?



— Alfredo e Julia. - olhou para o filho e o viu assentir. — Conversei com seu médico antes de entrar e ele me disse que você vai receber alta depois do almoço. - pegou a mão da filha. — Sua mala já está pronta. Silas virá te buscar e te levará direto para Araras. Ok?



— Nossa, o senhor tá empenhado em me colocar de castigo mesmo, né?



— Entenda como um momento de reflexão, para ver se você cria juízo nessa cabecinha. - constatou acarinhando os cabelos dela.



— Duvido muito que ela crie, mas é bom tentar, né? - Alfredo implicou.



— Ai cala a boca! - Lili respondeu jogando um copo descartável no irmão. — Pai, eu sei que você só quer o meu bem e eu te amo ainda mais por isso. - sorriu para o homem.



— Eu também te amo, minha caçula e só quero que tudo se resolva. - sentou ao lado dela, na cama. — Aproveita esse tempo e faz um momento de solitude.



— Pode deixar. - piscou para ele. — Agora eu quero um abraço dos homens da minha vida.



— Ué... - Alfredo chamou a atenção da irmã. — Mas tá faltando o Germano nesse abraço. - falou cínico.



— É de foder o cu do palhaço... - Julia comentou adentrando a sala. — Alfredo e essa mania ridícula de atrapalhar os momentos fofos. Vê se cresce, criatura. - deu um tapa na cabeça do marido.



— Por isso que ele é sequelado desse jeito, vocês não param de bater na cabeça dele. - Lili implicou.



— Vamos voltar ao momento fofo. - a cunhada sugeriu. — Abraço em família! - ordenou e os quatro se abraçaram.



A família continuou a conversar amenidades até que o doutor chegou no quarto para avaliar o quadro da empresária, que já estava melhor. O médico prescreveu uma nova alimentação para Lili e pediu que ela diminuísse a carga horária de seu trabalho, pois ela precisava de descanso já que estava no sexto mês de gestação.



Uma nova medicação foi aplicada na empresária e um soro vitamínico para que ela ficasse mais fortalecida. O irmão e a cunhada decidiram que ficariam com a mulher até o término da mediação, já o pai, ficaria até a hora que ela pegasse alta.



*****

Mansão dos Monteiros



Alfredo estacionou o carro em frente à residência do amigo e logo desceu para abrir a porta para a esposa. Os dois caminharam juntos até a porta da casa, que não demorou a ser aberta.



Sorte & AzarOnde histórias criam vida. Descubra agora