Capítulo 2 - Park

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Kim Ha Jun é meu melhor amigo - o único, praticamente - Nós não somos muito parecidos, mas acredito firmemente que nossas características se completam. Parece que precisamos um do outro nessa fase de nossas vidas. Ele sempre tenta me convencer a tirar um tempo para diversão enquanto eu luto em persuadi-lo a estudar um pouco mais. Vez ou outra, ambos cedemos.

O dia pareceu passar mais lentamente que o habitual. Os relógios estavam implicando comigo só porque o Oppa prometeu que iria me buscar na escola e me levaria em algum lugar. Ele sabe o quanto amo que passe um tempo comigo, mas o trabalho tem roubado seus horários livres nos últimos anos.

- Não quer mesmo uma carona, Shin Hye?

- Ani. O Oppa garantiu que viria.

- Tudo bem, então. Nos vemos amanhã - se despediu, piscando o olho esquerdo.

Observei parte dos alunos irem embora. Logo eu estava sozinha do lado de fora esperando. Estava frio e pensei em aguardar mais um pouco dentro da escola, entretanto, acreditei que mais uns minutos e ele estaria lá. Mas isso não aconteceu, mais uma vez!

- A essa altura eu já estaria chegando em casa! Agora está serenando, o que não é nenhuma surpresa, e eu não trouxe uma capa de chuva sequer. Tudo por querer ser otimista e acreditar que hoje seria diferente. Mas tudo bem, na próxima vez eu me preparo melhor. Todavia, hoje eu vou chegar encharcada e o esperarei voltar da empresa para ver o meu estado deplorável...

E assim eu segui, encarando a tempestade que só aumentava enquanto reclamava do quanto meu irmão era obcecado por trabalho. Não é que eu seja mal agradecida ou egoísta. Desde muito jovem ele ajudou com as economias da família e ainda arranjou disposição para estudar, a fim de ser quem é hoje. Um grande advogado.

Sou imensamente grata e feliz por tê-lo como exemplo, e por ter lutado para nos manter quando appa esteve desempregado, contudo, hoje estamos bem e eu gostaria que ele desacelerasse um pouco e aproveitasse sua juventude.

Estava tão envolvida em meus pensamentos que só notei o carro branco luxuoso quando parou ao meu lado. ''Só me falta ser algum riquinho pervertido'', pensei me preparando para ignorar e seguir meu caminho.

- O que você está fazendo nessa chuva? Sem dúvida ficará resfriada - um rosto ''conhecido'' falou, após baixar o vidro do banco traseiro.

- Eu vou ficar bem - respondi com desinteresse.

- Você mora aqui perto? Eu posso levá-la, se desejar. Não se preocupe, estou com meu motorista...

- E o que você ganha com isso? Eu não vou entrar no automóvel de um estranho!

- Jura? Estranho? Não sabe quem eu sou?

- Olha só, eu estou cercada por você, obviamente, assim como todas as adolescentes, eu já vi o seu rosto. Porém, definitivamente, eu conheço os seus personagens e não VOCÊ!

- Eu só quis fazer a boa ação de te ajudar a não pegar uma pneumonia. O que tem de errado nisso?

- Bom, eu reajo muito bem à resfriados, ok? Então pode seguir seu caminho. Muito obrigada - falei e comecei a andar, mas o famosinho que, até então, conversava através da janela, saiu e me alcançou rapidamente pegando em meu braço para que eu parasse - Lamento lhe decepcionar, mas eu não vou agir como uma fã maluca que daria vida para entrar no carro do seu astro dos sonhos.

- Ótimo! Eu não estou pedindo que faça isso. Quer saber, eu não sei porque me dei ao trabalho de parar. Como você mesma disse, você não me conhece, então não julgue minhas ações e intenções! - eu não sabia bem o que responder a isso. Notando meu silencio, ele prosseguiu - Talvez seja um dia ruim, você não deve ser sempre assim. Aceite pelo menos meu guarda-chuva...

A Garota Que Recusou Meu Guarda-ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora