Capítulo 7 - Lee

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— Me peça para ficar, Dong-gun!

— Eu não posso fazer esse pedido e... impedir que...

— Não, não e NÃO! — O diretor Song interrompe novamente a gravação — Que pausa foi essa, você esqueceu a fala, Min Ho?! E cadê a emoção? Eu não estou sentindo o sofrimento na expressão do personagem — disse, impaciente — Eu não sei o que há de errado com você hoje. O que eu vejo é que isto não está funcionando! Tem alguma boa explicação para me dar?

— Eu peço desculpa por minhas falhas, Diretor. Tive uma semana cheia e dormi poucas horas esta noite.

— A senhorita Chae também gravou a semana inteira e, mesmo assim, está atuando com excelência — ‘‘É, mas os meus compromissos não se resumem apenas a seu grandiosíssimo filme!’’, eu tive vontade de lhe dizer, entretanto, me contive por respeito à sua idade e posição como meu chefe — De qualquer forma, não quero cenas mal feitas. Tirem a tarde para descansar e amanhã retomaremos de onde paramos.

Ouvir que podia ir para casa foi um alívio, pois eu não estava nem um pouco afim de trabalho. Não só meu corpo, mas também minha mente, precisavam de uma folga

— Min ho, o que você acha de aproveitar que fomos liberados para irmos almoçar juntos?

— Você não escutou a razão do Song ter nos dado a tarde livre?

— Eu sei que o que você realmente precisa é uma distração, conversar e se divertir com uma amiga — Não pude deixar de pensar em Shin Hye e lembrar que, sexta passada, ela foi essa amiga — Vou considerar seu silêncio como um sim — falou, me arrastando pelo braço — Ah, sorria um pouco. Não se preocupe, não vou te ocupar a tarde inteira.

Um sorriso amarelo foi a melhor resposta que consegui dar.

— Assim está melhor. — Ela observou.

Seguimos em seu carro até um restaurante clássico que ficava a apenas 20 minutos de distância do nosso set. Apesar do horário, não tivemos dificuldade em conseguir uma mesa e, sem demora, um garçom nos trouxe dois cardápios com uma extensa lista de pratos nacionais e internacionais.

— Qual culinária você quer, Min ho?

— Hum... Japonesa.

— Boa! O que acha de Unadon?

— Acho ótimo. — Concordei.

Enquanto nossa refeição estava sendo preparada, eu me esforçava em prestar atenção no que minha colega falava, mas estava difícil prestar atenção em qualquer coisa. “Quando foi que tudo ficou tão difícil?”, me perguntei. Eu tinha perdido a empolgação com aquilo que julgará ser minha grande paixão ao longo dos últimos anos. De repente, entreter as pessoas e fazê-las felizes ao me assistirem não parecia o bastante para fazer a coisa valer a pena. “Isso é ser egoísta? Porque eu tenho tido esse sentimento”. Talvez eu só esteja cansado de tantos textos e holofotes. Essas coisas não são ruins, mas têm estado presente em todos os meus dias a tempos, tendo em vista tantos contratos consecutivos. “E se eu tirasse um ano sabático em 2021?! Ainda não tenho nenhuma proposta assinada para... Não, isso é uma completa loucura. Meu agente certamente diria que perdi o juízo!”
Peguei meu celular para conferir a hora e acabei vendo a notificação de uma mensagem da Park. Não pude evitar questionar-me se ela entenderia meus conflitos. Sem dúvidas, ela seria uma boa ouvinte, uma amiga que guardaria meu segredo. “Mas será se já somos íntimos o bastante para eu importuná-la com minhas queixas?! Será se ela possui, nas mesmas proporções, a consideração que tenho por ela?”

— Me empresta isso aqui — Soo Bin tomou o celular de minhas mãos antes que eu pudesse responder a mensagem — Não é o momento para ficar nas redes sociais e sim para conversarmos. Mas já que eu estou com isso — balançou o aparelho — Vamos só tirar uma foto rápida e postar em nossos Stories.

A Garota Que Recusou Meu Guarda-ChuvaWhere stories live. Discover now