O Ômega faz o Alpha

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Obviamente Kiba usou o abalo da notícia para faltar na escola no dia seguinte. Pelo vínculo, Shino sentia que tal "abalo" não era tanto assim, mas eram cônjuges, não pai e filho. Se Kiba queria faltar na escola usando aquela desculpa não ficaria controlando ou tentando fazê-lo mudar de ideia, desde que o companheiro enfrentasse as responsabilidades depois.

Kiba passou o dia comendo, assistindo televisão e jogando no Playstation que trouxera de casa ao se mudar em definitivo. Ele recebeu algumas mensagens de Naruto, questionando sobre o motivo da ausência nas aulas, mas Kiba não respondeu, fingindo que estava sem créditos. Não queria falar sobre o assunto através de mensagens de texto! Tinha que contar tudo ao vivo e a cores, partilhar a emoção!

Por fim, ao entardecer, resolveu tomar um banho e se arrumar, para agilizar quando Shino chegasse do trabalho.

Seis horas em ponto o casal saía rumo ao consultório médico.

— Marido... — Kiba foi dizendo. — Esse foi um longo dia, as horas se arrastaram. E olha que eu dormi metade da tarde, tava com uma preguiça...

— Não se sentiu mal?

— Não. Não é como se minha pressão caísse o tempo todo. — Depois de tal afirmação, refletiu por alguns segundos. — Ou ter ficado de repouso ajudou. Não fiz nada o dia todo e... Não. Não deve ser isso, porque no sábado, daquela primeira vez, eu tava só comendo, jogando e conversando com o Naruto.

Deu de ombros. Não sabia explicar o sintoma, preferia deixar nas mãos da médica para descobrir o que acontecia com seu corpo.

Shino dirigiu pensativo até o distrito vizinho, onde ficava a clínica de Tsunade. O lugar era de ótima procedência, fama advinda do período em que ela atuou como Hokage de Konoha, assim como da experiência de longa data com a medicina.

Aquele bairro era elitizado, as casas de alto luxo arrancaram exclamações admiradas de Kiba, assim como certa preocupação em saber se a consulta caberia no orçamento.

— Ei, Shino, quanto que custou a consulta? Se for muito caro a gente confirma ou desconfirma tudo e procura outro médico.

— Não custou nada. — O Alpha respondeu ao manobrar o carro e estacionar em frente ao endereço que indicava o cartão, uma clínica de aparência discreta e elegante, pintada em tons pastéis. Uma pequena placa estilizada indicava que era o lugar certo: "Dr. Tsunade – Obstetrícia e Pediatria" — Ela faz parte de um convênio que atende a faculdade.

— Convênio?

— Sim, todos os funcionários da faculdade têm direito. Pagamos um desconto percentual sobre o salário e podemos usar uma série de serviços. Eu aderi ao plano quando meu Transtorno atingiu um nível que eu não conseguia lidar. Nossos psicólogos também fazem parte do convênio.

— Ah! — Kiba sorriu enquanto libertava-se do cinto de segurança. — Minha mãe tem direito a algo assim! Nem passou pela minha cabeça que Tsunade-sama fizesse parte de convênio em um lugar tão chique.

— Não sei se é algo vantajoso se o profissional quer enriquecer. — Shino confessou ao sair do carro e alcançar o companheiro que o esperava. — Mas é uma forma de ajudar socialmente, porque possibilita serviços que não estariam acessíveis em outras situações.

Havia um interfone ao lado do portão. Shino tocou o aparelho e aguardou que a trava automática fosse liberada depois que se identificaram. Na recepção, uma sala ampla, muito limpa onde predominavam os tons claros, foram atendidos por uma Beta simpática, aprumada em um uniforme elegante.

— Sejam bem vindos! A paciente do horário anterior desmarcou de última hora. Tsunade-sama poderá atendê-los imediatamente, preciso apenas que preencham esse pequeno questionário de anamnese. — estendeu uma folha e uma caneta.

Raison d'être (ShinoKiba)Where stories live. Discover now