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TaeHyung abre a nececere e olha para JungKook.

Th-tira o casaco e o colete.

Jk-estou sem blusa por baixo. -edaí?

Th-tira. -JungKook tirou primeiro seu colete e, depois, o casaco. Ele tem um corpo muito bonito, resultado de muito treino e esforço. Tem cicatrizes e tatuagens. Cicatrizes no peito e abdômen, o braço direito inteiro coberto por uma serpente, na costela esquerda, um dragão e, nas costas, uma enorme fenix -gostei das tatuagens.

Jk-obrigado. -Tae começou a limpar o sangue do ferimento.

Th-tem algum significado?

Jk-nenhum. Apenas a serpente que todos da minha gangue tem.

Th-tipo uma marca registrada?

Jk-exato. Agora me conta sobre o que disse que iria falar.

Th-ah... Eu... Bem...

Jk-se não quiser falar, tudo bem.

Th-não, eu vou falar. Só não sei por onde começar.

Jk-pelo começo. -Tae sorriu torto.

Th-duh! -Jeon soltou uma risada soprada -eu só me lembro desde os meus cinco, meus pais começaram brigar frequentemente e isso me deixava muito abalado. -pegou um algodão maior e molhou com álcool -eles não pararam de brigar. Aos meus nove, após uma briga, meu pai me bateu. Eu fui a primeira coisa que ele viu assim que terminou a briga, estava enfurecido, só queria descarregar sua raiva, e acabou sobrando para mim. -colocou o algodão em cima da ferida e enfaixou com uma faixa (avá que foi com uma facha, jura???) -quase todas as noites, após uma briga, quando ele conseguia entrar no meu quanto, ele me batia muito. Aprendi desde de cedo a curar minhas próprias feridas e a esconder meus ematomas. Nunca tive um amigo ou familiar que me desse um ombro amigo. Estive sempre sozinho, aguentando tudo sozinho. -pegou alguns enfeites dentro da nececere e começou a enfeitar a faixa de Jeon, o homem nem prestava atenção no que se passava em seu braço, a historia de Tae lhe interessava muito mais -aos treze anos, eu assumi para mim, já que ninguém mais se importava, que eu sou gay. Reconheci meus gostos e comecei a me envolver com um garoto, começamos a ficar. Até aí, tudo bem, o inferno começou quando meu pai me viu com ele, flagrou a gente se baijando e isso foi o auge para meu pai. Ele nos separou, me deu uma surra grande, disse que eu tinha que ser homem, que o que eu fiz foi errado, o certo seria eu me envolver com uma garota. Ele me xingou e me bateu muito, ouvi coisas horriveis da boca daquele homem. -estava quase pra fraquejas e cair nas lagrimas, más se conteve -quando minha mãe ficou sabendo, não me agrediu fisicamente, más também me disse coisas horriveis. Ela disse que estava decepcionada por me ter como filho. Durante muitos anos ouvi eles brigarem "por minha causa", más eu não fiz nada. Aos catorze, foi quando, realmente, o meu inferno se intensificou, além das surras fisicas e verbais, aquele homem começou a abusar de mim.

Jk-o que? -seu tom é de completa indignação e irritação -que ser humano despresivel.

Th-sim, ele é um monstro. Ele começou a me chamar de putinha, vagabunda e dizia que era para isso que eu servia, que era para isso que os gays serviam, para ser um brinquedo sexual nas mãos dos outros homens. Isso não parou... Ontem foi a última vez que ele me tocou. Me sinto sujo.

Jk-eu... Eu nem sei o que te dizer.

Th-não precisa dizer nada. Já fez muito apenas em me ouvir.

Jk-sabe... Para um Sist, você aguentou muita coisa. Você é um Sist muito forte, TaeHyung. -Tae sorriu largo.

Th-obrigado, JungKook. -pegou o casaco do homem e passou por cima dos ombros dele -está fazendo frio. -Jeon segurou o casaco em cima de si -tira a mascara.

O Meu RefugioWhere stories live. Discover now