Como pode parecer o Pecado fluir de um Anjo?
Essa é a pergunta que Christian Grey se faz desde que tinha 17 anos, quando começou a desenvolver um sentimento diferente por um Anjo. No entanto se apaixonar e descobrir o seu primeiro amor, não seria um...
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Melissa fica me encarando, mas não fala nada e isso está começando a me deixar mais nervosa do que eu estava apenas por ouvi-la dizer que veio até Milão para cumprir uma missão, no entanto parece que Lucca e meus pais sentiram a tensão entre nós duas e assusto-me quando ele se levanta num rompante.
– Bella Mia, eu acredito que vocês ficarão mais a vontade se conversarem no quarto, enquanto isso a mãe e eu iremos ver com a Donatella como está o andamento do almoço, pois eu estou morrendo de fome. – Ele me lança um olhar acolhedor e minha mãe, logo se levanta também.
– Filha, eu concordo com o Lucca, vocês precisam conversar. – Ela puxa o meu pai que não havia se movido no lugar. – Ray, enquanto isso você poderia levar o Andrew para buscar aquela torta de blueberry que encomendamos? – Meu pai a olha confuso, mas mesmo assim assente, levantando-se em seguida.
– Claro que sim, vamos Andrew? – Andrew apenas balança a cabeça e assim como os demais, nos deixam sozinhas na sala, mas com a inquietação que se apossou de mim, levanto-me do sofá e respiro fundo.
– Vamos até o meu quarto, Mel, seja o que você estiver aprontando, será muito melhor se discutido com privacidade.
Ela não fala nada, mas me acompanha pelo corredor até o meu quarto e eu fico pensando o que poderia ser tão importante para que ela se deslocasse de Washington a Milão, faltando pouco tempo para o seu casamento, no entanto eu tenho uma sensação que não irei gostar nada do que vier a ser dito.
– Ana, eu confesso que pensei em várias maneiras de fazer isso, no entanto admito que eu não tenha acreditado que a situação chegasse a esse ponto. – Ela fala assim que nos acomodamos no sofá que tenho no quarto.
– Do que você está falando, Mel?
– Você sabe que o Christian...
– Mel, nós não vamos voltar a falar novamente sobre esse assunto. O seu irmão escolheu o caminho que ele pretendia trilhar e eu estou escolhendo o meu e, se ele achou melhor que eu não fizesse parte da vida dele, nem mesmo como amiga, então eu farei o mesmo. – Ela suspira me avaliando por alguns segundos, mas vejo que está determinada a falar sobre isso.
– Ana, eu sei que o meu irmão te machucou muito por ter se afastado daquela forma, mas...
– Não, Mel! Você não sabe. – Respondo ríspida e respiro fundo, pois não há motivos para eu ser grosseira com ela. – Eu entendi que naquela época eu era sim muito nova e, que mesmo se nada tivesse acontecido como exatamente aconteceu, provavelmente o seu irmão e eu, nos separaríamos por um tempo até o momento que eu entrasse na Universidade e novamente estivéssemos juntos, no entanto eu sempre soube o que queria e o que sentia. – Ela assente, mas não me interrompe. – Eu entendi também que ele achava errado nutrir sentimentos por mim e admito que isso possa sim ser em parte culpa dos nossos pais pela forma que nos criaram, principalmente do meu pai que fazia com que ele se sentisse na obrigação de me proteger como um irmão mais velho, mas eu não posso eximi-lo de sua culpa, pois ele sempre foi tímido e reservado? Sim, não posso negar esse fato. Mas nós não tínhamos, não temos e nunca teremos um laço sanguíneo que nos proibisse de pelo menos tentar ver no que daria se com o passar do tempo os sentimentos persistissem e ele simplesmente achou melhor me riscar da sua vida como se eu não fosse ninguém importante na vida dele.
