Capítulo - 17

1K 134 61
                                    

A vida é uma montanha russa na qual nos permite ter várias experiências, no entanto desde o dia que eu decidi seguir para o Seminário, eu abri mão de vivenciar todas elas

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

A vida é uma montanha russa na qual nos permite ter várias experiências, no entanto desde o dia que eu decidi seguir para o Seminário, eu abri mão de vivenciar todas elas. Eu abri mão das saídas com os meus amigos. Deixei de experimentar o primeiro porre numa noite de irresponsabilidades. Abri mão de conhecer mulheres – até porque eu queria apenas uma, que até então, eu não poderia ter – e, em função da opção ao celibato, abri mão do sexo.

Porém antes de ser um Seminarista – ou era, nem sei mais –, eu sou um homem, que precisou aprender a controlar o seu corpo sempre que acordava com uma ereção matinal e que sentia vontade de se entregar ao desejo que os pensamentos pecaminosos insistiam em me atormentar. Eu sou um homem que precisou encontrar um equilíbrio entre a mente e o corpo para não quebrar o meu compromisso celibatário, evitando qualquer tentação e ceder aos meus impulsos carnais.

Mas bastou ter Ana montada em mim dentro do meu carro que a minha mente simplesmente se esqueceu do que eu sou e projetou apenas o que eu sempre desejei ser e ter. Bastou ter os seus lábios macios e delicados, mas ao mesmo tempo exigentes tomar os meus, para fazer a besta presa dentro de mim por tanto tempo, se libertar ao ponto de não conseguir entender o meu corpo, o meu coração, as minhas atitudes e reações.

Ouvi-la dizer que iria embora com aquele Italiano, me deixou louco e como um animal enjaulado, eu queria apenas marcá-la e mostrar a quem ela pertencia, da mesma forma que eu sempre pertenci a ela, mesmo que depois que a névoa de prazer tenha se dissipado me fazendo sentir culpado por não ter resistido às provocações daquele anjo do pecado. E eu me pergunto, como pode parecer o pecado fluir de um anjo que é tão puro e inocente, como é a minha Ana?

Minha? Sim, ela é minha! Não como um objeto ou uma posse, mas como a Menina-Mulher que estava disposta a me entregar o seu amor desde que éramos adolescentes e eu covarde, não estava disposto a aceitar. Não por não amá-la e sim por não dever amar, mas por que parece tão certo o momento que a tenho em meus braços, sentindo o seu coração bater no mesmo ritmo desenfreado que o meu? Por que parece tão certo, ter o seu corpo encaixado ao meu, mesmo estando num espaço apertado dentro do meu carro?

Pensar no que é certo ou errado, me deixa confuso e culpado, mas também com medo. Medo de mais uma vez abrir mão do amor que eu sinto e que eu sei ser correspondido e, me arrepender de não ter me permitido amar e, as palavras de 1 João, 4:18 consagra os meus pensamentos quando diz que "No amor não há medo; ao contrário, o perfeito amor expulsa o medo porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor".

Eu não quero mais sentir medo e muito menos culpa por amar a mulher que eu amei desde que era uma menina. Não quero mais sentir medo de amar a mulher que me tem prisioneiro, que roubou o meu coração desde o dia que eu tinha apenas 17 anos, deixando apenas uma casca vazia seguindo para o Seminário. Eu não quero sentir culpa sempre que a tenho em meus braços, por achar que estou cometendo um pecado. Eu não quero mais negar o que sinto e muito menos negar o que ela está disposta a me entregar.

Entre o Dever e o AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora