•Caixa de Bombom•

943 114 107
                                    


O decorrer da semana passou e Anne estava terminando de fazer um resumo sobre a matéria de biologia em seu quarto. Uma música suave tocava em seu computador enquanto estava concentrada nas anotações em sua mesa. Era quase meia noite quando seu celular vibrou. Ela olhou a foto de Gilbert aparecer e sorriu.

-Não devia estar dormindo? – Anne pergunta colocando a chamado no viva voz para terminar de marcar algumas frases do texto.

-E você pelo jeito está estudando. Queria ouvir sua voz... – Anne para e sorri ainda mais ao ouvir a voz do rapaz dizendo isso.

-Queria que estivesse aqui. – ela sussurra um pouco desolada guardando os livros.

-Bom, se quiser, é só abrir a janela.

Anne estranha e demora a atender, mas então levanta da cadeira e vai até a janela. Ela vê o rapaz com o telefone no ouvido, em pé e encostado na porta do carro.

-O que faz aqui? Está muito tarde! – ela diz no telefone.

-Achei que seria mais fácil entrar. Já estou aqui um tempinho, estava esperando o seriado da Marilla acabar, ela acabou de subir para o quarto. – Anne ouviu pelo viva voz do celular, mas via o rapas na calçada da rua.

-Gilbert! – ela tentou repreendê-lo nervosa, mas toda a ideia só fez ela ficar eufórica. – Tá, espera aí. – ela diz e desliga o telefone.

Com todo o cuidado do mundo, ela desce as escadas até o andar de baixo. Todos já tinham ido dormir. Anne abriu devagar a porta de entrada e lá estava o rapaz com um sorriso travesso e um saco de mercado em mãos.

-Trouxe chocolates. – comentou Gilbert assim que Anne fechou a porta de seu quarto.

O rapaz se sentou na cama da namorada e mostrou uma caixa de bombons trufados que Anne amava.

-Você é louco. – ela murmurou se sentando de frente a ele na cama.

-Por você, talvez. – ele comenta de forma despreocupada.

Anne sempre ficava sem jeito quando ele falava essas coisas.

-Sabe, eu adoro que consigo deixar você sem palavras. O que é bem surpreendente para a grande falante que você é. – ele diz orgulhoso.

-Isso eu não posso discordar.

-Queria que conhecesse meus pais. - comentou o rapaz e Anne quase se engasgou com o chocolate.

-Seus pais?

-É, sabe... apresentar formalmente. - ele comenta comendo outro chocolate. - Isso tá muito bom.

-Acha que seus pais vão gostar de mim?

-Acho sim, eu não a levaria se não tivesse certeza. Você é adorável, e linda e inteligente, Anne. Porque não a amariam? - ele pergunta como se fosse loucura alguém não gostar de mim, mas eu já acho mais difícil alguém gostar de mim. - Pensei no domingo, depois do baile. O que acha? Os Cuthbert deixariam?

-Claro, sem problemas. - Anne abre um sorriso um tanto nervoso e ansioso. 

-Está animada para o baile sexta? – comentou o rapaz abrindo mais um bombom e mudando de assunto.

-Não muito, queria que Cole fosse, mas acho que ele ficaria mais chateado se deixasse de ir por causa dele.

-É meio estranho o Cole não querer ir. – comentou Gilbert.

-Eu também achei. Aquele lance de ficar de vela não faz muito o feitio dele.

-Se quiser, não precisamos ir. – afirma Gilbert.

Anne sorriu e acaricia seu rosto.

-Mas você comprou um terno. Eu preciso ver você de terno. – disse Anne.

-E eu preciso ver você de vestido. Eu realmente não posso ver? Nem estamos nos casando ainda...

-Não, a Marilla ainda está fazendo os ajustes. – comentou Anne, tentando não sorrir muito com o "ainda".

-Poxa... – ele fez beicinho então sem resistir, Anne o puxou pelo pescoço e o beijou. Gilbert riu e a puxou mais pela cintura, a trazendo mais perto dele na cama.

O toque urgente do rapaz sempre deixava Anne agitada, era algo tão bom. Gilbert deslizou a mão pela nuca da namorada, apoiando os dedos entre seus cabelos. Os lábios quentes e macios intensificando mais ainda o beijo.

O rapaz inclinou-se sob seu corpo, fazendo Anne deitar lentamente na cama. Apoiando-se num braço no colchão, Gil usava a mão livre para tocar de forma gentil Anne. Acariciando seu rosto, pescoço, descendo os braços, subindo a barriga, passando por debaixo da camiseta dela...

Anne prendeu a respiração em expectativa e ansiedade. Uma parte sua estava louca para ir além, mas outra parte gritava pânico. Quando percebeu havia parado de beijá-lo de tanto pensar.

-Tudo bem? – ele perguntou um pouco ofegante. Anne apreciou o rapaz corado, o cabelo levemente bagunçado. Ele era tão incrivelmente lindo e irresistível...

-Eu acho que... eu não...

-Ei, relaxa, tá? – ele beija a ponta do nariz da garota e sorri se ajeitando.

Anne também se senta de novo na cama e se ajeita um pouco sem jeito. Gilbert abre um chocolate e oferece a ela.

Anne aceita o chocolate enquanto se martirizava por ser tão boba. Mas Gilbert parecias tranquilo enquanto observava a garota.

-Acho melhor eu ir. Estou abusando da sorte. – comentou o rapaz vestindo a jaqueta de novo.

Anne então levou o rapaz a porta de entrada. Estava muito tarde, então a rua estava vazia e silenciosa.

-Nos vemos amanhã. – Disse Gilbert dando um selinho na garota antes de sorrir e ir para o carro.

Anne fechou a porta da sala e subiu extremamente frustrada.

Óbvio que não queria fazer nada com os avós a poucos cômodos de distancia. Mas só de pensar que algo poderia acontecer entrou em desespero, mesmo querendo muito.

-Bom, sexta é o baile... – ela comentou se jogando na cama de forma pensativa. – Talvez eu só precise de uma noite com um pouco de álcool para deixar as coisas acontecerem...


Continua...

𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩Where stories live. Discover now