O amor ilícito e obsessivo do caçador.
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{Jungkook é 20 anos mais velho que Taehyung}
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Onde Kim Taehyung - que havia recém completo seus 18 anos - cuidava de uma avó maluca com um grande jardim, amava ro...
Essa era uma daquelas noites cujo você sente que está preso em algum tempo passado. Quando você se sente insuportavelmente preso em sonhos perdidos, e pior, nos seus próprios sonhos perdidos. Sonhos que na calada da noite, se tornam fantasmas, aqueles que te acompanham na floresta. Em um passo de mágica, eles fogem do seu controle, e você já não sabe mais distingui-los da realidade, bem, você nunca nem mesmo soube o que era a realidade. É quando sua própria fantasia parece melhor do que qualquer outro universo.
Taehyung olhou-se no espelho, seu rosto estava iluminado pela luz amarelada de seu banheiro - nunca haveria uma criatura mais bela que si, no fundo, ele sabia. Sentia o perfume contagiante das suas damas-da-noite, as flores celestiais que incrivelmente, naquela noite estavam abertas - um evento consideravelmente raro. Sentia-se em um filme dramático dos anos 60, ou em uma daquelas revistas de quadrinhos com cores vibrantes e personagens fortes.
Não sabia dizer o que havia de mais bonito na fantasia em que vivia. O mundo era perfeito, tudo nesse mundo é surpreendentemente perfeito. Cada chá, cada flor, cada jardim. Cada pessoa, cada personalidade, cada tipo de amor. Cada detalhe, cada desenho, seja na madeira ou nas asas das borboletas. Cada aroma, cada sabor, cara cor. Cada colina, cada xícara, cada bilhete. Cada sensação, cada medo, cada vazio. Aquilo era demais para Taehyung apreciar, era demais. Beleza, havia muita beleza.
Lá fora estava quieto, mesmo que ainda cedo. Naquela noite ele não via de longe pessoas reunidas no Anchorage - o bar cujo as pessoas mais bonançosas da vila eram assíduas- Não sentia o cheiro de cigarro, nem o barulho do jazz e as risadas despreocupadas que sempre eram reconfortantes em uma noite solitária. Não conseguia nem ver os duendes, fadas e bruxas brincando e correndo abaixo das árvores do fundo dos campos naquela noite escura. Não estavam acontecendo coisas como o de costume, será que estava sonhando?
Taehyung tentava não estranhar as coisas a sua volta enquanto assistia um programa idiota qualquer na televisão - no volume mais baixo o possível - A única coisa que ouvia era o canto das cigarras e os sapos coloridos que pareciam ser telespectadores do que iria acontecer nos próximos quadrinhos daquela história dramática, o canto destes que trazia ainda mais tensão nos músculos do Kim. E para variar, o som que começava a tocar na vitrola alaranjada era uma típica música de suspense, no momento era alarmante, mas analisando a situação... podia ser deveras cômico, tragicamente cômico.
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