Capítulo 12

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Não era de se esperar aquilo,todos ficam na escada apenas olhando para o portão que foi arrombado.

- Como aquela coisa conseguiu fazer isso sozinho? - Disse Giulliano.

- Talvez não esteja sozinho. -Anna desce as escadas e vai até o portão.

- Ô sua maluca sai daí! - Disse Philipe descendo as escadas. - Parece que vocês não aprendem!

- Mas que merda é aquela?...- Anna estava olhando para o final da rua.

Philipe vai até ela para matar a curiosidade,ele fica perto dela e olha para o final da rua. - Era o que me faltava.

Os outros descem as escadas e começam a ouvir uma música vindo do lado de fora.

- O que foi? - Perguntou Ana Luiza.

- Vem aqui ver. - Disse Anna.

Todos vão se aproximando do portão, quando olham para o final da rua sentem um frio na barriga.
Havia uma mulher loira de vestido branco com manchas de sangue,o vento frio balançava os cabelos e o vestido branco para o lado e para o outro, ela estava com as mãos entrelaçadas e mesmo de longe e um pouco escuro, dava para ver um sorriso estranhamente forçado no rosto.

- Que diabos aquela mulher tá fazendo? - Perguntou Giulliano.

- É um limbo, óbvio. - Disse Claren.

- Foi ela que soltou aquele grito?

Ana olha para as casas da rua e arregala os olhos quando percebe uma coisa. - Pessoal...- Ela aponta para os portões das casas do outro lado da rua.

Todos as casas tinham sido invadidas,os portões todos destruídos,os limbos estavam caçando humanos.

- Desculpe incomodá-los! - Gritou a mulher no final da rua. - Eu apenas queria chamá-los para um convite.

Os amigos olham um para os outros sem entender.

Ela continua. - Nosso povo vem procurando comida a tanto tempo, até encontrarmos o planeta de vocês, criaturas tão frágeis e inúteis, que são facilmentes levados pela emoção,mas eu me surpreendo quando vejo humanos como vocês,fortes e corajosos, tentando sobreviver. Isso apenas me faz sentir mais fome e desejo de devora-los.

Todos sentem um arrepio ouvindo ela falar com aquele sorriso sinistro forçado, derrepente eles ouvem alguém tossindo,o vizinho enfrente a Anna sai da sua casa cambaleando com a mão na boca.
Derrepente o homem cai no chão,ele geme de dor e continua tossindo,todos ficam parados olhando para ele,o homem aos poucos levantava a cabeça,todos arregalam os olhos com o que vê.

No meio da cabeça do homem tinha um buraco,como se o crânio dele tivesse sido afundado,a boca e o buraco de sua cabeça estava jorrando aquele sangue escuro. O homem tentava falar algo,mas quanto mais ele tentava falar, mais sangue saia de sua boca.
Derrepente um menino loiro de olhos brancos aparece no portão e fica olhando para o homem no chão que começa a se debater.

- Mais um humano...

- Mas que raios ela tá falando cara?! - Disse Philipe em desespero.

O homem para de se debater,derrepente a barriga dele começa a se mexer,algo estava na barriga dele,a barriga se abre facilmente em segundos,uma mão com dedos tortos e unhas afiadas aparece derrepente,era como se o homem fosse o ninho do limbo.

Eles sentem a barriga se revirar vendo aquilo.

- É a nossa chance! Vamos embora! - Anna corre subindo as escadas e em segundos volta com uma chave na mão.- Anda longo! - Ela joga a chave para o Philipe,era a chave do carro do pai da Anna que estava na garagem,todos entram no veículo, Giulliano vai na frente com Philipe, e os outros vão atrás. Philipe liga o carro e sai da garagem rapidamente,os outros olham para trás e se assustam com o limbo  esticando a mão para cima de uma forma anormal e rapidamente quebrando a lâmpada do poste.

Mesmo no escuro deu para ver a criatura ficando maior e fazendo ruídos agonizantes,todos arregalam os olhos quando percebe que o metamorfo estava com 5 metros de altura.

- Hoje vocês serão mortos um por um pelo limbo bestial. - Disse o limbo com uma voz grossa.

Philipe acelera o carro,a rua estava deserta e fria sem destino com a esperança de achar alguém que podiam ajudá-los,Yan olha para trás e sente um frio na barriga,a criatura gigante e magra com dedos e pernas enormes, com os olhos brancos brilhantes no meio da noite correndo de uma forma estranha e assustadora.
Philipe vira em uma rua e logo depois em outra.

- Pessoal. - Disse Claren olhando para trás.- O limbo parou...eu acho.

- Viram o tamanho daquela desgraça?! - Philipe disse com a respiração alfegante.

- Ele disse que era o bestial,o que quer dizer? - Anna perguntou.

- E eu vou saber...

- Vamos passar pelo centro da cerâmica e tentar sair daqui o mais rápido possível para procurar ajuda. - Disse Yan.

- Seu plano já tá dando errado,vai acabar com a morte de todos nós. - Disse Giulliano.

Yan olha para ele. - Tem um plano melhor? Vai lá,conte para gente.

Todos começam a resmungar.

- Caramba! Qual é o problema de vocês dois?! - Anna olha para eles dois com um rancor.

Philipe vira em uma rua com toda velocidade.

- Eu tô falando que a gente tá morto! - Gritou Giulliano.

Anna dá um soco no ombro dele.- Cala a boca Giulliano!

- Aí caramba! Estamos chegando no centro! - Disse Philipe batendo no volante.

Derrepente alguém surge correndo em direção ao carro, Philipe tenta desviar e acaba perdendo controle do carro batendo no poste. tudo fica em silêncio, Anna se levanta lentamente e olha para os amigos, alguém no carro estava gemendo de dor,ela olha para Ana que estava do seu lado, Ana estava com a cabeça encostada no banco da frente.

- Ei...amiga,amiga!

Claren abre a outra porta.

Yan toca no ombro da Anna. - Clarinha,sai do carro,eu tiro a Ana daqui.

Anna sai do carro e percebe que estava perto da escola onde os ela e os amigos estudavam, Claren estava sentada no chão reclamando de dor no braço, Philipe estava do outro lado tentando tirar o Giulliano do carro,ela dá a volta pelo carro,o capô do carro estava saindo fumaça,ela aproxima do Philipe.

- Vamos amigão, levanta. - Philipe puxava Giulliano pelo braço.

- Philipe...- Disse Anna cutucando ele.

Philipe olha para ela,a cabeça estava ensanguentada, Anna arrega os olhos assustada.

- Que foi Clarinha?

- N–nada. - Ela se afasta lentamente.

- Socorro! - Claren começa a gritar desesperadamente.

Todos olham assustado para Claren,um limbo estava atacando-a, Philipe corre rapidamente para ajudá-la.

- Clarinha! Tira o Giulliano daí! - Disse Philipe correndo para ajudar Claren.

Anna puxava Giulliano do carro desesperada,ela olha para o lado e seu coração acelera,o limbo bestial estava no final da rua parado, apenas observando.
Ela tira o Giulliano do carro e começa arrasta-lo pelos braços,ela olha para escola e percebe o portão aberto.

- E se tiver algum limbo? - Pensa ela.

Anna olha para frente e vê o caos que os amigos estavam passando. - Me desculpem. - Anna entra na escola e joga Giulliano no chão.

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