Dono do morro

Capítulo 42

Mia narrando:

Acordei e fui abrindo os olhos devagar por conta da luz, quando finalmente abrir vi que eu tô em uma sala toda branca, olhei em volta e percebi que tô no quarto do hospital

percebi que tinha alguém do meu lado e vi um garoto dormindo, ele é moreno com tatuagens e tava com boné na cabeça

mesmo me sentindo fraca e sentindo uma dor na barriga estiquei meu braço e toquei nele fazendo o mesmo acordar assustado

Xx: o que foi patroa? fica suave aí que eu vou chamar a enfermeira

saiu e logo apareceu com a enfermeira, ela conferiu meu soro e tudo, e fez algumas perguntas e eu só balançava a cabeça

Xx²: tá com sede?

balancei a cabeça em afirmação e ela saiu, logo ela voltou com um copo e um canudo, tomei com um pouco de dificuldade

ela saiu e me deixou sozinha com o garoto que eu não sabia o nome

Mia: qual o seu nome? – perguntei com a voz baixa

Xx: é Samuel, vulgo paçoca

Mia: muitos de vocês tem o vulgo engraçado – dei um risada fraca – por que desse vulgo hein?

Paçoca: faz pergunta difícil não patroa

Mia: não me chama de patroa, me chama de Mia

Paçoca: tá bom patroa

Mia: rum – revirei os olhos e ele deu um sorriso, e que sorriso bonito e ainda tem covinhas – teu sorriso é bonito

encarei ele que ficou todo sem jeito e desviou o olhar

Paçoca: valeu ai – coçou a nunca todo sem graça

eu queria rir, raramente tu acha algum homem que fica tímido por um simples elogio, ele ficou olhando pra um ponto fixo do quarto

Mia: você sabe quando eu vou poder sair daqui? – perguntei fazendo ele me encarar

Paçoca: sei não pô

Mia: tu sabe se eu dormir muito?

Paçoca: dois dias, achei que nem fosse mas acordar pô, parecia que tava morta

Mia: eita – dei uma risada e logo o Dr entrou na sala, disse que mais tarde eu seria liberada e me explicou sobre o curativo e tals e depois saiu

– você trouxe roupa pra mim? preciso tomar um banho

Paçoca: a Anna trouxe, tá ali o – apontou pra uma mochila no canto

....

Sair do banheiro arrumada, coloquei uma saia longa da cor rosa bem clarinho com estampas de flores, e coloquei um cropped branco de alças, calcei uma rasteirinha

andava com um pouco dificuldade devido a dor que ainda sentia na barriga, saímos do hospital e fomos até o carro

Paçoca me ajudou a entrar no carro e deu partida indo pro morro

chegamos lá e fomos subindo o morro até parar em frente a casa do Kauãn, entramos e já vi a minha mãe com o tal marido e ainda trouxe a filha sem educação

tava os mesmos de sempre, e mais os três lá

Mia: opa, tá tendo festa e eu não fui convidada? – fui me aproximando e sentei no sofá

Neguinho: tu nem gosta de festa – sentou do meu lado e passou o braço pelo meu ombro

Mia: real, mas ainda não entendi uma coisa Kauãn, o que a família ali faz aqui?

Márcia: vim falar com você filha

Mia: falei com o Kauãn e não com você

Márcia: precisamos conversar

Mia: não temos nada pra conversar, ou Kauãn por que você deixou essa mulher entrar aqui?

Neguinho: deixei por que tu podia querer falar com ela, e agora que eu sei que tu não quer vou fazer de tudo pra manter ela longe

Márcia: não faz isso comigo filha – me encarou e eu desviei o olhar e acabei olhando o Barão e a pirralha conversando um pouco afastado, ele tava todo sorridente

que desgraçada, por que trouxeram essa ridícula pra cá? e o Barão ainda dá confiança pra ela, desviei o olhar e encarei ela

Mia: não quero falar contigo não, Kauãn me ajuda a subir que eu tô cansada

ele não falou nada e foi me ajudando a subir, deitei na cama de barriga pra cima e ele fechou a porta saindo

fiquei olhando pro teto por um tempo até que a porta foi aberta revelando o Barão

ele se aproximou e deitou do meu lado

Barão: tá melhor?

apenas balancei a cabeça confirmando

Barão: tá com essa cara de cu por que então?

Mia: deve ser por que é a única que eu tenho

Barão: tá bolada com quê galega?

Mia: com nada, só quero descansar

Barão: passou dois dias dormindo e ainda quer descansar?

confirmei com a cabeça e fechei os olhos, sentir ele me puxar devagar e eu fiquei nos braços dele com ele me fazendo cafuné.