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— Vamos acordar Any! — Abro meus olhos preguiçosamente, parte do meu cansaço havia ido embora com esse cochilo. — Toma.
Minha mãe me entrega uma sacola de papel que eu reconheço ser de uma lanchonete.
— Que horas são? — Pergunto abrindo a sacola vendo um combo de um lanche e uma batata.
— Quatro horas, tentei te acordar para irmos almoçar mas você nem se mexeu, achei melhor te deixar descansar! — Minha mãe afirma e eu concordo.
— Pela primeira vez eu concordo em algo com a senhora em 7 meses! — Afirmo e uma almofada é lançada na minha direção.
— Me respeite dona Any que eu ainda sou sua mãe — Ela diz se retirando de meu quarto e eu apenas dou de ombros concentrando no hambúrguer na minha frente.
ººº
Me atrevo a sair do meu quarto e descer as escadas à procura de dona Priscila, ouço passos apressados ao meu lado e vejo o cachorro de mais cedo me seguindo.
Paro e fico encarando ele, os olhos dele brilhavam por um momento pude notar um brilho azul em seus olhos mas ignorei.
O clima desta ilha estava me deixando louca.
Entro na cozinha encontrando minha mãe organizando as coisas, em pouco tempo eu sabia que essa casa seria a cara dela, sorri ao pensar que isso poderia se parecer um pouco com a nossa antiga casa.
— O que vamos ter de janta? Eu estou morrendo de fome! — Minha mãe me olha como se eu fosse você não et.
— Não faz nem duas horas que você comeu um lanche! — Ela exclama enquanto eu faço pouco caso.
— Quanto tempo faz? — Indago
— Uma hora eu acho não sei... mas não sou eu que irei fazer a janta. — Seu aviso me assusta.
— Vamos pedir comida? — Questiono recebendo rapidamente a sua negação.
— Não, fomos convidadas pela família Beauchamp para um jantar. — Ela afirma se levantando e começando a organizar os patos no armário de cima enquanto meus olhos saltam da órbita.
— Família o quê?! — Pergunto dando ênfase no "quê" recebendo um olhar duro de minha mãe.
— Família Beauchamp eles são nossos vizinhos da casa ao lado — Ela diz e automaticamente minha mente viaja até o menino loiro que eu observei mais cedo.
— Nós vamos jantar na casa de desconhecidos? Mãe a senhora sempre falou para não falar com desconhecidos e agora vamos jantar na casa deles!? — Invento uma desculpa qualquer para fugir desse jantar o que parece não funcionar.
— Se não falar com desconhecidos não fará novos amigos. Eu sempre te disse para não entrar em carros com desconhecidos.
— Mesmo assim! O que nos garante que eles não são uma família de psicopatas que vão colocar veneno na nossa comida e depois nos matar? — Pergunto e minha mãe gargalha alto.
