a família Naegi

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Faziam pelo menos 15 minutos que Byakuya estava parado em frente à casa de Makoto. O advogado apertava seu volante com força, ainda não tinha certeza se aquilo era realmente o certo a se fazer. Sentia-se como um gato de rua que alguém, por pena, decidiu adotar.

O relógio em seu pulso marcava exatamente 21:25. Ele tinha cinco minutos até o horário marcado. Umedeceu os lábios; durante toda sua infância, era comum encontrar desconhecidos em sua casa a todo momento. Byakuya nunca se importou com estranhos em sua casa, nunca teve uma visão de lar. Para ele, isto era tão real quanto o Papai Noel. Porém, e se os pais de Makoto fossem diferentes? Pelo amor, os dois não eram nem amigos. Tudo bem que agora se trocavam mensagens quase todo dia para falar de futilidades e que seus próprios irmãos notaram algo de diferente nele... Mas, Byakuya poderia mesmo se dar o luxo de dizer que tinha um novo... alguma coisa?

Soltou um suspiro. Se quisesse ir embora, teria que ser naquele momento. Mas Byakuya era um homem de cumprir suas palavras. Tentou dizer a si mesmo que a noite não seria tão ruim. Poderia até mesmo se divertir. Sorriu torto; hah, que piada. O loiro olhou a casa toda decorada com luzinhas e enfeites natalinos no jardim, era uma casa clichê de família feliz. Céus, até a família de Makoto era comum.

Ajeitou a postura, finalmente tirando o cinto. Já tinha participado de casos judiciais internacionalmente famosos e tinha saído vitorioso. A família Naegi não era nada comparado às coisas que enfrentava diariamente.

Porém, ao cruzar o pequeno jardim em direção à porta, notou que não estava mais sentindo-se tão confiante assim. Ajeitou os óculos e tocou a campainha. Já estava ficando com frio. Makoto não demorou em abrir a porta.

Byakuya já estava esperando por isso, mas por algum motivo, sentiu como se tivesse levado um choque. Não tinha nada de especial em Makoto, mas por algum motivo ele parecia ainda mais bonito que o normal. Talvez fosse a mudança de ambiente, talvez fosse a roupa tão diferente do que estava habituado — afinal, quase ninguém do andar deles usava jeans para trabalhar. Enfim. Era só... diferente.

— Boa noite! — exclamou, alegre. — Você é muito pontual. Entra.

— Boa noite — Byakuya respondeu. Ao passar pela porta, aproveitou para olhar ao redor rapidamente. O corredor onde estavam levava para dois cômodos: à direita, a sala de estar, com as escadas para o segundo andar; à esquerda, a cozinha e, pelo que parecia, a sala de jantar.

— Seu amigo chegou? — Byakuya ouviu uma voz feminina gritar, provavelmente era sua mãe.

— Sim! — O rapaz berrou de volta. — Inclusive, ele tá com algumas... coisas.

Makoto olhou para o que Byakuya tinha em mãos: uma garrafa de MIO, o champagne japonês, e um vaso de begônias. Achou que talvez a mãe do rapaz fosse gostar...

— Vem, vamos para a sala. Todos já chegaram.

O loiro seguiu-o pelo corredor. Ao entrar na sala, deparou-se com Kirigiri, que usava um vestido azul escuro e uma meia-calça no tom da sua pele. O pai de Makoto, que era basicamente uma versão mais velha deste, usava uma roupa social cinza e óculos na ponta do nariz. Byakuya sentiu uma certa simpatia por isso. Por fim, havia uma moça jovem, que provavelmente sua irmã. O advogado franziu o cenho, analisando-a: cabelos curtos, vestido florido longo e um sorriso cortês ao mesmo tempo que ingênuo. Sentia que conhecia essa garota de algum lugar.

— Boa noite. Byakuya, certo? — O pai de Makoto foi o primeiro a se pronunciar, aproximando-se.

— Boa noite. Trouxe para vocês. — O rapaz falou, entregando-lhe o MIO.

— Muito obrigado, fez uma ótima escolha. — E piscou. Byakuya não respondeu.

— Togami — Kirigiri cumprimentou-o com um aceno, e o advogado imitou seu gesto. Toda aquela cena parecia surreal.

Secret Santa ⇄ NaegamiWhere stories live. Discover now