❥ LOVE ME LIKE YOU ❰concluído❱

❣ 06 • VACATION ❣

DEDICADO: Belladonna166

❝Curiosidade tornou-se apreciação,
apreciação tornou-se afeição e
afeição tornou-se amor.❞
❥ Rose Quartz, Steven Universe

     O desfile de provas durou semanas. Tarefas e mais tarefas vinham em pilhas absurdas e quando demos conta já estávamos na metade do ano letivo e nas vésperas das férias, Daniele nos avisou que passaria esse período com o namorado, o tal Herbert, enquanto Steven começaria seu primeiro emprego como atendente de caixa num mercadinho da avenida.

   Loraline e Susan foram esquecidas durante um tempo, o que aumentou ainda mais a amizade que tenho com Clarita, e o mesmo pode-se dizer sobre os dois paspalhos do colégio.

   Gregor e Samuel sumiram do mapa, para a nossa imensa alegria, e ouvi de Henriqueta – que conversava com a dona Monteiro – sobre terem sido transferidos para um internato.

    Ela não me notou escutando atrás da pilastra da cozinha, porque esteve a manhã toda se exibindo para a vizinha sobre seus dotes culinários que aprendeu na infância, o que fez sem querer nos aproximar um pouco.

— O que seus pais acharam da pizza? — pergunto baixinho para a garota que vem ocupando meus pensamentos.

— Qual delas? Você já me mandou tantas. — ela riu salientando seus olhos delicados e os transformando em dois riscos, não pude deixar de sorrir por aquilo.

   Eu apreciava cada detalhe daquele rosto, principalmente os olhos que ao se contraírem formavam dois semi-retas meio onduladas que mais pareciam duas parábolas. Clarita não sabia que minhas observações iam além de simples observações, às vezes isso até me assustava.

   Sei quantas sardas contêm em seu rosto, o quão profundo é suas covinhas e o físico atlético que exerce com muita atividade física pela manhã. Sim, ficamos bem próximas durante essas férias, mas a coisa mais importante eu ainda não tinha descoberto: suas emoções.

— Ah, você entendeu! — rio coçando a nuca envergonhada.

   Minhas bochechas queimam por notar o rumo dos meus pensamentos e os expulsei da mente ligeiro, ela estava alheia ao que acontecia comigo e assentiu parando com as traquinagens que fazia no seu balanço de pneu.

— Eles amaram, pediram até que não parasse de mandar. O que quer que tenha neles fizeram meus pais ficarem bem mais flexíveis conosco. — pontuou, apertando as mãos na corda grossa que segurava o enorme pneu.

  “Mais flexíveis conosco?”, questiono-me completamente cética.

— Falando nisso, por que eles me expulsaram naquela noite? Nós não fizemos nada de errado, só conversamos. — instigo, me remoendo por aquela lembrança.