❣ 07 • REVELATIONS IN THE MENU ❣

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DEDICADO: NathanaMaurina3

Eu não vou desistir.
Tudo o que eu faço, eu faço por ela.
Eu faço por ele.
Eu faço por mim.❞
Pérola, Steven Universe

      Era um momento tenso para ambos os lados

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      Era um momento tenso para ambos os lados. Em um canto está meu pai, um refugiado do luto que foi a partida da esposa. Luto este que lhe assombra em todos os seus sonhos. Sua dor continua ali, intacta, apesar dele tentar dissipa-la com o trabalho.

     E do outro canto está eu, uma Tavares em miniatura que mal saiu do ensino médio e está embarcando na fase adulta cedo demais para sua própria criancice interior.

— Você parece que vai desmaiar. — sussurro, rindo nervosamente. Ele me observa de esguelha enquanto nos conduzia à varanda de casa.

    O silêncio nos rodeia. Introduzo minha andança silenciosa pelo estreito corredor de fotografias e observo, constato que nenhuma delas tinha a foto de minha mãe. Ele havia tirado todas elas para facilitar a perda.

— Então… Por onde quer começar? — indago, sentando-me num banco de madeira sem pernas que se firma em duas correntes no teto.

   Minha mãe, Evangeline, tinha talhado manualmente para que pudéssemos usá-lo sempre que estivéssemos de cabeça quente, ou saíssemos de uma discussão mal resolvida. Ela nos conhecia muito bem antes mesmo de me conhecer. Evie, para os íntimos, era sem dúvida uma mulher de visão.

— Sua mãe adorava se balançar aqui. — ele me revela de repente. Seu olhar azulado é cansado, assim como todo o seu caminhar e postura. Anos de luto. — Ela também se sentava quando começávamos uma briga.

— Vocês brigavam muito? — arregalo os olhos surpresa, era estranho saber que eles não eram perfeitos.

— Oh, sim! Muitas e muitas vezes. — continuou, exibindo um sorriso autêntico e aliviado, ele ansiava pela mudança de assunto e eu me sentia mais segura assim também.

    Logo, ele aproximou-se cautelosamente de mim e com uma das mãos afagou minha cabeça loira. Ele parecia tentar acuar um animal amedrontado, no caso, sua própria filha.

— Papai... — balbucio, notando seu olhar vago mesmo que vidrado em mim.

    Nós nos sentamos um ao lado do outro, ele com seu olhar preso num ponto qualquer próximo de mim enquanto eu fixei em seu rosto esperando por mais histórias.

   Ele me devia isso, desde que ela partiu não tive muito contato com os pertences dela, ou algo que Evie estivesse inserida. Eric me devia os anos que não a tive por perto, apesar de ter sido minha culpa que mamãe não está aqui. 

— Sim? — indaga.

— Não, nada…

— Comece. — pede retomando a me encarar diretamente.

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