Encontrando o passado

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[Ponto de vista: SeokJin]

Embora tenham se passado duas semanas desde que NamJoon me disse que conhecia TaeHyung, eu não consegui esquecer aquilo. Tentava me convencer de que era outra pessoa, mas também queria tirar as minhas próprias conclusões. De qualquer forma, eu não procurei pelo pediatra e nós dois não tocamos mais no assunto.

Naquela madrugada, eu e JungKook estávamos lidando com uma criança. Os pais estavam inquietos na sala de espera depois de cochilarem e acidentalmente deixarem o bebê cair do berço. A criança tinha um ano e eles estavam com medo de que alguma coisa tivesse acontecido com aquele corpinho tão frágil. Eu e JungKook ficamos encarando aquele ser fofo e pequeno por um tempo. A criança chorava um pouco e nós estávamos aflitos, com medo de que algum exame pudesse machucar ainda mais.

— Eu acho melhor chamarmos um pediatra para nos orientar melhor. — eu digo a JungKook, com medo de agravar o estado dela.

— Você tem razão. Vou telefonar e ver se o doutor Kim está disponível. Você pode explicar a situação para os pais? — Kook pergunta e eu assinto.

Fiz o possível para explicar a situação para os pais do menininho, que pareciam apreensivos. Eu os tranquilizei e disse que iríamos cuidar dele e o fazer melhorar logo, enquanto JungKook chamava algum pediatra. Não demorou mais que dois minutos até que ele chegasse.

— O bebezinho está com dor?

Eu conhecia aquela voz tão calma e ao mesmo tempo tão divertida de longe. Mesmo com medo, me virei para encarar a pessoa que eu nunca mais pensei que fosse ver novamente. Meus olhos encontraram os de TaeHyung e eu congelei. Ele arregalou os olhos e eu soube que ainda se lembrava de mim. Eu estava chocado, sem saber o que dizer. Meu cérebro estava em pane e eu nem conseguia pensar em algo direito. Tae abriu a boca, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, JungKook se aproximou.

— Não sabemos o que ele tem e temos medo de examinar e piorar o estado, já que o corpo é tão pequeno e frágil. — Jeon diz, interrompendo qualquer pensamento.

— Vou avaliar esse menininho aqui, então. — Tae prontamente fala, sorrindo em direção ao garotinho e se aproximando dele.

Céus, eu suava de tanto nervoso. Me encontrar com TaeHyung agora me deixou tão chocado que eu nem sabia o que fazer. Isso definitivamente não estava nos meus planos. Eu não tinha absolutamente nada planejado, nada que eu soubesse como dizer a ele. Eu observei de longe enquanto Tae examinava a criança com cuidado. Ele parecia confortável enquanto eu estava perdido demais até para dizer meu nome.

— Não é nada demais. O tombo só doeu e talvez surja um hematoma mais tarde. Não tem nenhum osso quebrado, então acho que um remedinho pra dor e umas pomadinhas devem resolver. — TaeHyung diz um tempo depois, fazendo carinho na bochechinha da criança, que parecia ter se acalmado.

— Obrigado, Tae. Eu vou falar com os pais e liberar ele então. — JungKook sorri, saindo por um momento e deixando eu e TaeHyung sozinhos.

Aquela era a minha chance. Eu nunca me perdoaria se deixasse aquela oportunidade escapar. Apesar de tremer de nervoso e vergonha, eu precisava fazer alguma coisa. Tae ainda estava distraído enquanto sorria e fazia gracinhas para o bebê quando eu decidi me aproximar mais. Era agora ou nunca.

— TaeHyung! — o chamei fingindo surpresa, mas provavelmente não o convenceu e, céus, eu nunca tremi tanto em toda minha vida.

Tae se virou e sorriu para mim. Aquele sorriso que parecia dizer que ele esperava que eu tomasse a iniciativa. Desgraçado.

— Oi, Jin! Que surpresa te encontrar de novo, e justo aqui. — ele diz, rindo.

— Eu não imaginei que trabalhava aqui. — digo, tentando manter contato visual.

Número da Sorte | NamJinOnde histórias criam vida. Descubra agora