12. liana bennett

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Essa noite, ele não está em casa. Eu estou sozinha em minha casa como há semanas não fico.

E mesmo sozinha, a casa continua impregnada dele. Não importa para onde olho, por onde vou, sinto como se ele estivesse aqui, me pressionando, me cercando, julgando, xingando, bebendo e vendo televisão no máximo. A presença dele continua esmagadoramente forte, pesada.

Tornando a casa na qual cresci para sempre um caos que jamais poderia ser chamado de lar, que jamais saberia o que é a paz que eu senti no apartamento de Vinnie, ou a sensação boa que eu sento quando encontro com mamãe, ou a distração essencial que eu encontrava no trabalho com meus amigos.

Por mais que tentasse, meu pai sempre seria aquele homem alcoólatra que jamais ficava sóbrio para criar a filha, bêbado demais para assumir as responsabilidades de uma família, bêbado demais para lutar pela sua esposa, bêbado demais para ser pai. Por mais que eu desejasse, Gregory jamais deixaria de ser aquele pai alcoólatra, viciado em jogos, que nunca teve desejo suficiente para se tornar um verdadeiro pai, marido e homem.

Para sempre caótico e marcado. As bebidas e os jogos eram a sua casa, e eu e a minha mãe presenças indesejadas.

- Muito bem, vamos arrumar. - Deixei meu material no quarto, prendi o cabelo e desci para arrumar tudo. E bem, arrumar a o térreo foi trabalhoso por ser onde meu pai ficava na maior parte do tempo. A sala estava uma verdadeira zona e cheirando mal, eu estava doida para poder limpa-la até o teto mas como ele nunca saia dela quando eu estava em casa era impossível.

E mesmo que essa casa fosse devidamente arrumada, e o aspecto de casa prefeita de uma família perfeita fosse durar pouco, era bom parar no hall e poder contemplar essa beleza, respirar e sentir o cheiro do insenço, dos produtos de limpeza cheirosos e ficar satisfeita por conseguir realizar uma das minhas tarefas nessa casa, visto que era eu para tudo caso eu quisesse manter tudo em ordem.

Afastei as mechas grudadas na minha testa por causa do suor que escorria. Olhei para o relógio na parede e nele marcava dez horas da noite. Precisei subir e me apressar nos cômodos do primeiro andar para poder arrumar também o meu quarto e somente aí, após um banho comer alguma coisa e finalmente trancar a porta do meu quarto, me jogar na cama e deitar rodeada pela minha manta e meus travesseiros.

Meu celular vibrou ao lado do travesseiro fazendo-me lembrar da conversa com Vinnie. Não prestei muita atenção no que ele tinha mandado porque meus olhos fechavam a cada segundo desesperados para descansar, então mandei uma mensagem rápida.

Eu.
Estava dando faxina, acabei apenas agora.
Estou morta :(

Tive apenas tempo de enviar a mensagem e sair do aplicativo antes de cair no sono com a porta batendo forte no andar de baixo, indicando que meu pai havia chegado e tudo que arrumei tinha ido ralo abaixo.

[...]

Acordar no dia seguinte e não ter que ir para a universidade era sem sombra de dúvidas a melhor coisa do mundo. A pior era olhar no relógio ao lado da minha cômoda e perceber que ainda eram sete horas e ter a sensação de que tinha dormido longas horas.
  
Resmunguei me cobrindo até a cabeça e me virando na direção da parede gelada. Me encolhi em posição fetal e tentei me deixar levar de novo pela breve sonolência ao despertar.

E eu consegui, quando acordei pela segunda vez eram dez horas. Bem, ainda era cedo para se acordar em um sábado onde não se tem absolutamente nada para fazer, mas já é alguma coisa porque me sinto revigorada após dormir mais que o normal. Pronta para sair e andar sem rumo, talvez comprar algumas coisas, fazia tempo que eu não saía para fazer comprinhas, Elijah e Stacy estavam me enchendo a paciência para sair com eles e hoje como a loja não abria era nossa oportunidade.

✔ 𝗕𝗔𝗗 𝗗𝗥𝗨𝗚 ✗ vinnie hacker Where stories live. Discover now