29. liana bennett

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Bati na porta ao entrar.

- Pai? - chamei, enquanto tirava os meus calçados deixando-os na pequena sapateira ao meu lado esquerdo.

- Pai o senhor voltou? - Chamei, dessa vez mais alto. Esperei parada na entrada e ninguém me respondeu. A casa ainda estava tão silenciosa quanto tem estado há três dias. Não tinha o cheiro de cigarro ou dq bebida, o que apesar de ser bom, agora apenas ressaltava que não havia mais ninguém aqui além de eu mesma. Passei a mão pelo rosto o esfregando.

- Onde o senhor está...- Pressionei os dedos contra os meus olhos ajoelhando-me no chão, tentando acalmar o meu medo, a minha preocupação, o meu desespero por acabar perdendo tudo que ainda restava de papai, ele mesmo. Mesmo com todos os defeitos e vícios, mesmo com todas as brigas, mesmo com toda a mágoa eu ainda o amava.

De repente, a porta girou devagar atrás das minhas costas.

- Pai... - afastei as mãos do rosto sorrindo e levantando do chão sem conseguir conter todo o alívio que eu estava sentindo.

Estava prestes a pular nele quando, a porta se abriu por completo e eu me dei conta de que não era o meu pai, e de que todo o alívio que eu sentia tinha se tornado medo conforme a pessoa se tornava mais nítida e as suas intenções também.

Abri a boca para gritar porém tudo aconteceu muito rápido. Em um segundo eu abria a boca, e no outro, um homem alto e forte tapava ela me empurrando contra a parede puxando meu braço para trás, imobilizando meu corpo e causando-me dor.

As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto em cada segundo que o meu desespero e o meu medo aumentavam. O meu coração batia forte e acelerado contra o peito e tudo o que eu podia fazer era me debater e gritar contra a mão do homem que, não tinha a menor intenção de deixar isso acontecer.

- Quietinha...ou eu vou quebrar o seu braço e te dar um motivo muito maior para gritar. - O homem murmurou contra a minha orelha, puxando meu braço para trás com mais força, gemi de dor parando de me debater, a risada dele me causou ainda mais medo.

- Calma Paul, assim você vai matar a garota antes mesmo de termos uma conversinha com ela. - Uma segunda voz disse. Tentei mexer a cabeça na direção que a voz que vinha da porta, não consegui, o homem pressionou a minha cabeça contra a parede batendo-a com força.

- Eu prefiro, a violência sempre me ajuda a conseguir o que eu quero. - O homem que me segurava respondeu dando uma risada maldosa, ao mesmo tempo que o segundo homem fechava a porta e passava a tranca.

- Eu odeio ter que lidar com esse tipo de coisa... - o segundo homem disse, os seus passos contra a madeira do chão eram curtos e devagar, ele estava se aproximando de onde o primeiro homem me mantia presa. - E ainda mais, eu odeio ter que machucar garotas tão lindas quanto você. - Fui puxada para trás, ao mesmo tempo que outra mão agarrava o meu outro braço com força impedindo-me de me mexer. Uma vez longe da parede eu pude me dar conta do que estava acontecendo, de como eram os rostos dos homens e me assustar quando reparei que tinham três e não dois.

Um homem estava encostado do outro lado da parede, com um cigarro na boca me olhando de cima para baixo como estivesse pensando em porquê estava aqui e o quê realmente ele pretendia fazer comigo. Os outros dois me seguravam, um com cada braço meu que ardia e doía cada minuto passado.

Todos eram altos, fortes e cheios de tatuagens. Mas havia algo de diferente no homem encostado na parede, ele vestia roupas sociais pretas, ele parecia uma pessoa importante, alguém que comandaria uma empresa. Ele parecia o chefe, e certamente ele era.

- Quem são vocês? - Murmurei, sentindo o meu rosto cada vez mais molhado.

O homem tirou o cigarro da boca e soprou a fumaça do cigarro devagar, sem deixar de me olhar de uma forma que homem algum jamais me olhou. Eu não sabia explicar. Não era desejo, loucura, raiva, nem pena. Era algo que fugia de tudo isso. Era algo como soberba, como se ele esperasse que eu lhe fizesse algo, como se fosse eu quem iria lhe dar algo.

✔ 𝗕𝗔𝗗 𝗗𝗥𝗨𝗚 ✗ vinnie hacker Onde as histórias ganham vida. Descobre agora