Sunflower

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Por favor, leiam as notas finais!! <3

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Mary nasceu num dia ensolarado.

Pouco passava das nove da manhã, especificamente em 18 de julho quando sua mãe entrou em trabalho de parto. O bebê mais fofo da maternidade se tornou a adolescente mais travessa e amigável da escola, a mais faladeira e principalmente mais querida por todos.

Até mesmo quando fazia os professores perderem a linha, sempre conseguia arrancar um sorriso depois com toda sua simpatia e energia. Diferente de sua irmã, gostava de puxar conversas com todos e era extremamente engajada por direitos a todos.

Elize sempre sentiu que sua irmã tentava ser melhor que ela, mal sabia que Mary sequer pensara nisso uma única vez. E talvez por isso sempre a tratou com hostilidade, não suportava que alguém se sobressaísse, independente do que fosse.

E ela estudou como ninguém para tirar as melhores notas e tentar fazer com que seus pais a elogiassem, não demorou para que ela se tornasse exatamente o que eles queriam... e o que Mary nunca seria.

Na sua cabeça, Mary sempre fora boba. Uma garota boba, boba por falar demais, acreditar em amores e principalmente por não querer chegar ao topo, porque sempre foi fiel a crença que a felicidade está nas pequenas coisas.

A sentença soava absurda para Elize, suficiente para causar enjoos.

Maryanne Sallow sempre foi extremamente querida na região que nasceu, a menina das tranças desengonçadas e cabelos bonitos como raios de sol tinha uma relação tão amigável com os vizinhos que frequentemente era recebida por eles e até com suas tortas favoritas.

Nunca foi uma cozinheira de mão cheia, acreditava que esse era o motivo de Steven ter a rejeitado quando colocou biscoitos no armário dele juntamente com um bilhete contendo seu número. Se conheceram ainda no colégio, e o que Mary julgou ser um amor bonito nunca passou de uma desprezível mentira.

O tipo de pessoa que ria alto, poderia passar uma tarde inteira tagarelando sobre assuntos aleatórios e piadista nata, comportamento que os pais repreendiam veemente. Porque, para eles, ela nunca crescera de fato e a percepção distorcida, junto à excessiva comparação com a irmã tornaram Mary uma aberração.

E nunca perceberam que tinham uma joia rara em casa.

Os anos de faculdade foram sofridos e simplesmente odiava, frequentemente conseguia a ver matando aula no jardim do campus, especificamente perto dos dentes-de-leão onde os devaneios eram muito bem vindos e doces quase uma obrigação.

Nunca foi muito festeira, mas se lembrava perfeitamente do dia que ficou tão bêbada que vomitou nas plantas da vizinha e levou um sermão de cinco horas dos pais. Além disso, também conseguia se lembrar de quando levou Steven em casa e seus pais o aprovaram justamente porque ele almejava cursar economia.

Como se aquilo fosse mudar algo.

A primeira viagem que fez com os amigos da escola, como criou um boneco de neve tão feio que nem mesmo seu professor favorito foi capaz de elogiar, o joelho ralado que obteve no último jogo de basquete da escola e os chás da tarde na varanda com Harry.

Gostava como ele sempre tinha uma flor para cada ocasião, a paixão por seu trabalho e como os olhos ficavam pequenos quando estava sonolenta. Do cheiro natural, dos braços fortes que a rodeavam durante as noites e a ridícula, mas perfeita, ideia de ser um admirador secreto.

O melhor chá de hibisco da região, com os abraços mais calorosos e o sorriso mais lindo que um dia já viu. Pai de seu filho gato, o homem que se abriu para ela e que a amava incondicionalmente, que todos os dias lhe inspirava a ser uma pessoa melhor.

Sunflower [H.S] [PT/BR]Where stories live. Discover now