Pure Blood [Em andamento].

Escolhas

Você conhece bem não é caro leitor? Aquele aperto na garganta, a vontade de que uma notícia seja mentira para que seu coração possa ser solto de um aperto. Era isso o que a jovem de 23 anos sentia. As responsabilidades haviam batido em seu muro, assim como diversas dúvidas e o sentimento amargo de injustiça que a fazia querer gritar.

Sakura encarava aquelas pessoas, aqueles rostos em busca de qualquer um que entendesse que aquilo era uma loucura e tudo o que encontrou foi satisfação. As pessoas estavam concebendo bem aquela ideia. Sakura queria sumir. Ela gostaria de ter tomado a atitude mais sensata, mas se sentia traida, enganada. Engoliu em seco ainda segurando as lágrimas. Sakura ergueu seu rosto de forma que seu nariz ficou arrebitado sem consciência disso e então deixou todos à mesa. Simplesmente saiu da sala de reuniões.

E quando saiu pode chorar. Desceu as escadas em formato de caracol com a postura impecável, mas com lágrimas dolorosas que escorriam por suas bochechas sem qualquer ruído. Ignorou os chamados da "mãe", apenas caminhou até seu quarto em direção a sacada. Uma sacada de pedra com vista para o mar e o bosque. A brisa aquela noite era calma. Seu pai biológico nunca a procurara, Mikoto sempre a tratou como uma filha, desde contar histórias antes de dormir, depois de pesadelos, lhe acariciar os cabelos, lhe olhar orgulhosa em cada luta ou graduação concluída, lhe dar conselhos maternos. Mas mesmo assim, ela se sentia usada. Se sentia um porco para o abate e Sasuke? Que exigência mais estúpida era aquela? Que blefe de maldição era esse? Por que submetê-la a algo assim?

-Sakura. -A voz firme e serena de Mikoto chamou sua atenção. Ao se virar, pôde ver Tsunade à fechar a porta de seu quarto. Ambas vestidas com elegantíssimos vestidos. O de Tsunade era justo e verde. O de Mikoto era azul turquesa. Sakura não sabia como expressar o que sentia, mas Mikoto podia encarar os olhos verdes de brilho verde cintilantes e raivosos.

-Me criou como um porco para o abate! Me moldou como bem queria para substituir você! -Sakura apontou o dedo para a mulher.

-Eu desenvolvi um carinho, um respeito pelos meus irmãos, é isto o que são pra mim e agora... Um deles me diz que se não se casar comigo renuncia ao trono? -Sakura disparava as falas em cima da mãe.

-E maldição? POR FAVOR MIKOTO! Espera que eu acredite que Sasuke realmente carrega uma maldição em seu sangue que há anos torna os Uchiha heróis de guerra? Com poderes inimagináveis em batalhas? Lendas são justificativas que homens dão para justificar seus caprichos! -Berrou Sakura.

-EU RENUNCIO O MEU POSTO DE PRINCESA! Eu me contento em ser camponesa desde que eu seja livr...

-Agora chega Sakura! -Disse Tsunade Senju, tutora de Sakura em lutas e conhecimentos medicinais. Ela era uma mulher esbelta, de seios fartos, cabelos loiros e olhos cor avelã. Olhos que haviam visto muitas coisas. A duquesa de Crystarium era uma das mulheres que mais lutou pelas iguais por aquelas terras.

-Sim Sakura, a criei como achei certo! Blindei você, lhe dei todos os recursos para ser a rainha que merece ser e não ficar nem um passo atrás dos seus irmãos de consideração. A tirei de Selenity, das mãos de um rei louco. Para pagar suas dívidas de guerra ele daria você, uma das últimas mulheres com o sangue de Freya a um duque babão! Orochimaru de Ghorium. -Disse Mikoto.

-E se eu não fosse a última de Freya? -Disse a menina entredentes.

-A teria salvado da mesma forma assim que vi seus olhos minha filha. -Disse Mikoto encarando-a dentro dos olhos.

-Não treinamos você para ser menos que uma rainha. As mulheres neste mundo precisam de alguém que não seja manipulável, que seja forte, e que tenha a sua bagagem de conhecimentos Sakura. Nada para nós é fácil. Quando se torna adulta, temos escolhas difíceis a ser tomadas Sakura e não da... Para agir como uma adolescente sonhadora. -Disse Tsunade encarando dentro dos olhos da moça. Sakura se enfureceu, socou a sacada com tanta força que uma de suas pedras foi rachada.