dois

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Eliot

A aula estava estranhamente calma, o que chega a ser assustador. Olho para o lado e vejo que Bianca dormiu, algo que eu também faria para aproveitar o tempo frio de forma deliciosa que hoje está, mas não consigo parar de pensar que amanhã é meu primeiro treino de futebol.

Depois de conseguir entrar para o primeiro time o vôlei foi des cartado, afinal eu não ia conseguir conciliar os dois e a escola.

É estranho saber que três vezes na semana vou ficar por mais de duas horas super próximo de Brendo... Desde o início da semana ele anda falando muito comigo, as vezes me encara e não nego que isso não costuma acontecer comigo em relação a outras pessoas, principalmente a parte em que eu retribuo as encaradas, o que com ele já virou costume.  

Escuto o sinal tocar e logo começo a chacoalhar a Bianca para ela acordar.

— O que foi? - ela perguntou com a voz baixa coçando os olhos de forma lenta.

— A aula acabou, vamos para casa!

— Você vai pra minha casa? - ela perguntou já de forma mais alegre e agitada. — Por favor, Eli! Janta com a gente, hoje o papai saiu e a mamãe viajou pra casa da amiga no litoral! - ela falou quase implorando com aqueles olhinhos de cachorro triste, e eu não pude negar jantar em um lugar sem garotos de cueca samba-canção, suados e falando enquanto mastigam.

As condições da casa da Bianca eram bem diferentes, eram chiques e caras.

— Tá bom, mas vou ligar para minha vó e falar que não vou jantar em casa... - falei e vi um sorriso enorme se estampar no rosto inchado de Bianca que estava assim graças ao cochilo de quase uma hora e meia que ela se permitiu dar.

— Você sabe que sua vó é de boa, Eliot...

— Só porque minha vó não liga tanto para o que eu faço não quer dizer que eu posso ignorar ela e fazer o que eu quiser, Bianca! - falei e ela revirou os olhos.

Logo saímos da sala e fomos para a o estacionamento, pensei que fossemos pegar um Uber, mas logo vi Brendo encostado em um carro preto com um par de chaves na mão esquerda enquanto olhava seriamente pro seu celular.

- Oi. - Brendo falou assim que nos viu.

- Você não tem tipo, 17 anos? - perguntei apontando para o carro lindo ele ainda se encontrava encostado.

- Daqui para minha casa não costuma ter muita policia na rua, e afinal, eu pareço ser mais velho, não? - falou como se fosse uma piada. Eu ia mesmo andar naquele carro?

Acho um absurdo ele serem ricos e agirem na sociedade como se fosse super normal ter coisas que aparentam ser super caras, eu aposto que tem vários bolsistas nessa escola, eles não tem pena...

— O Eliot vai jantar com a gente hoje. - disse Bianca na maior empolgação que ela tinha. - Uma visita que merece respeito e algo especial como por exemplo: PIZZA! - falou Bianca de forma que quase grita, e agitada como uma criança, típico.

— Tá bom, pizza de prato principal e sorvete de abacaxi de sobremesa. - falou Brendo olhando seriamente para irmã como se eles tratassem de um assunto que poderia causar a terceira guerra mundial.

Logo vi Bianca chegar mais perto dele e ambos cruzaram a mão como se tratassem de um negócio, esquizofrenia genética?

— Eliot vai no banco da frente comigo, pois, ele é mais velho, e já temos crimes demais nesse carro. - quando Brendo falou arregalei os olhos sem entender o principio daquilo e logo vi que ele queria provocar a irmã mais nova.

Nunca dá pra negar que é amor (reescrevendo)Where stories live. Discover now