dez

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Eliot

Depois da festa Brendo ficou diferente, não de um jeito ruim, muito pelo contrário.
Acho que ninguém nunca me tratou assim antes, ele me busca e me deixa na escola todos os dias nas últimas duas semanas.

Na verdade até mesmo na frente das pessoa, de uma forma tão natural de sua personalidade ele faz questão em trocar afeto, o que as vezes me deixa com vergonha e até com raiva por ele ser um garoto tão insistente, mas não reclamo, no fundo gosto.

Hoje seria o primeiro jogo da temporada, e de uma forma mais surpreendente pra mim do que pra qualquer um eu fui escalado pra jogar, Brendo jurou que não foi nada culpa dele e sim meu mérito. É eu ganhei algo por mérito meu.

- Batata frita ou hambúrguer? - Brendo perguntou abrindo seu cinto de segurança pra ir na lanchonete que a Bianca implorou.

- Qualquer um. - Falei olhando ele descer do carro de forma calma e charmosa, como ele fazia qualquer coisa.

- Os dois pra mim, Brendo. Te amo. - Bianca falou e Brendo revirou os olhos. - Finalmente sozinhos. - Bianca me olhava com o sorriso travesso. - Tá ansioso pro jogo de hoje?

- Sinto que vou explodir! Eu não acredito que é o primeiro jogo da temporada e eu vou estar lá jogando! - Falei eufórico. - Tipo, eu acho que vou vomitar a qualquer momento, fiquie bastante no banco nos treinos.

- Meu deus - Bianca gargalhava da minha expressão de desespero. - Você parecia tão calmo a 15 segundos.

- É que você é o Brendo parecem que sempre estão calmos com o mundo caindo ao redor de vocês, não queria mostrar meu lado esquizofrênico com ele aqui. - Bianca gargalhava cada vez mais, ela realmente nunca foi a pessoa mais compreensiva do mundo.

- Relaxa, Eli! Vocês vão ganhar esse jogo, eu sinto isso. Só fica um pouco mais calmo, e não pensa muito até ser a hora do jogo se não vai ter um derrame.

Ela tinha razão, eu facilmente teria um derrame.

Logo vi Brendo se aproximar do carro, ele vinha com vários sacolas e conversava com um garoto que eu não conhecia. Olhei para Bianca e ele mexia no celular sem ligar pro mundo.

- Bem, tchau. A gente se ver por aí. - Brendo falava para o garoto no meio do estacionamento. Eu juro que não queria escutar as conversas dele, mas ele fala alto como a irmã. - fica bem. Até.

Assim que o garoto se virou na direção oposta a expressão dele caiu para uma carranca séria. 

- Hambúrguer e batata frita para os três! - falou com um sorriso contido. - Vamos voltar pra escola antes que o intervalo acabe e a gente nem tenha comido nada... - Brendo colocou a mão na minha coxa agora com um sorriso mais aberto.

- Aquele era o Leonardo? - perguntou Bianca nos tirando do olhar um do outro.

- Sim, ele tá na cidade. - Brendo ligou o carro e sem enrolar saiu do estacionamento em direção a escola.

- Quem é o Leonardo? - perguntei olhando para ele que tinha suas íris castanhas direcionadas a rua.

- Um antigo amigo, estudamos juntos na escola interna. Eu não via ele a muito tempo. - derrepente o clima do carro estava tenso e calado, algo bem fora do comum para os dois irmãos.

- Bem, você comprou refrigerante pra comer com os hambúrguers, né? - Perguntou Bianca e Brendo revirou os olhos.

- Droga, eu tenho que lembrar de tudo sozinho? Você não podia ter falando, Bia?

- Tomara que você adore comer bebendo água! - Bianca respondeu na mesma hora.

É, acho que já tava tudo dentro do normal. Comecei a gargalhar da briga repentina o que fez os dois gritarem mas alto pra sobressair minha risada.

Nunca dá pra negar que é amor (reescrevendo)Where stories live. Discover now