6 - Amor

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Aviso: este capítulo contém menções de ansiedade e violência. Nada profundo demais ou detalhado, mas fica o aviso.

Quando seu sono se torna mais leve e Dean começa a ter as percepções de onde está, da noite anterior e da ressaca que o possui, ele solta um grunhido rouco em sua garganta, sentindo também o terrível hálito da bebida fixado em sua boca.

Antes de abrir os olhos, ele se lembra de ter adormecido nos braços de Castiel e logo sente falta da sensação. Agora, os braços do rapaz não estão mais em sua volta, o protegendo, mas ele percebe que ainda estão juntos na cama, apenas levemente afastados. Provavelmente a posição em algum momento da noite se tornou desconfortável para seus corpos. Dean por um instante deseja que isso não tivesse acontecido.

Na primeira tentativa de abrir seus olhos, ele sente sua cabeça doer fortemente.

— Puta merda. – Levando sua mão à testa, ele fecha os olhos novamente.

— Bom dia, cowboy. – Castiel diz suavemente, já tendo acordado uns minutos antes.

— Dia... – Dean duvida se teria algo de bom sobre aquele começo de dia.

— Sua cabeça dói?

— Pra caralho.

— Eu vou fazer alguma coisa pra te ajudar nisso. – Dizendo isto, Cas se senta na cama e se espreguiça levemente, preparando seu corpo para se levantar.

Neste momento, um constrangimento repentino se apossa de Dean em razão de toda aquela proximidade, ele se sente um invasor dentro do quarto de Castiel e, acima de tudo, envergonhado pela forma com que se mostrou vulnerável.

— Merda. – Ele diz em um sussurro. Não sabe ao certo o que seria pior, ignorar completamente como havia chorado como um criança na noite anterior ou ter de falar sobre isso. Decidindo pela primeira opção, ele prossegue. – Cas, olha, eu-

— Dean. – O moreno o interrompe. – Se você pedir desculpas ou ficar constrangido pelas coisas de ontem à noite, eu juro que chuto você dessa cama. – Ele o lança um olhar sério, suas sobrancelhas erguidas. – Está tudo bem, eu sou seu amigo e não retiro nada do que eu te disse ou fiz ontem, ok? Você não precisa lidar com essas coisas sozinho pois você não está sozinho.

A atitude e as palavras dele não ajudam exatamente a diminuir a sensação de vergonha que Dean sente, mas sua gratidão certamente se sobrepõe e torna tudo aquilo mais agradável. Concordando com a cabeça, Dean se senta lentamente, lutando com sua dor de cabeça, e o olha brevemente.

— Tá legal... obrigado, Cas.

— Tudo bem... e meu abraço é bom, não ouse refutar isso.

— É bom mesmo. – Dean sorri. Fazia muito tempo desde a última vez que havia dormido tão bem, e o abraço em questão certamente colaborou em mudar isso. – Não esperava menos de um anjo.

O elogio percorre todo o corpo do anjo e seu sorriso se fixa em seus lábios. Ajeitando sua roupa e passando a mão pelo cabelo, ele limpa levemente sua garganta antes de falar.

— Tem uma escova de dente nova no armário do banheiro, pode pega-la pra você. Quando terminar me encontra na cozinha... vou preparar alguma coisa pra sua dor e pra você comer.

— Você é incrível. – Dean murmura preguiçosamente. Apesar de se agradar com o pensamento de comer algo da culinária de Cas, seu corpo implora para um repouso maior. Então, quando se encontra sozinho no quarto, ele toma um tempo a mais deitando de volta ao colchão, sentindo o sono que ainda vacila em seus olhos, principalmente em junção à sua ressaca.

AngelWhere stories live. Discover now