Ataque

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Sakura já se sentia cansada de estar ali naquele lugar, mesmo passado três dias. Cada momento ali era como uma eternidade, pois com o local fechado, a noção de tempo era escasso.

Com as mãos cortadas e parte do laboratório destruído, a Haruno então continuou a maldita tarefa de mapear o código genético de Uchiha Sasuke. Ela não se importava se suas mãos doíam. Ela apenas queria sair dali e voltar para sua casa, de onde não devia ter saído.

A cena que viu no dia anterior era uma sombra em sua vista. O coração de Sakura apertava, ao passo que sua mente a traia com lembranças dos toques íntimos que a Haruno viu Sasuke receber.

Ela não era mais uma menina de 12 anos apaixonadinha. Era uma mulher, mesmo com tudo o que sofrera por ter alimentado a vontade de ter o moreno de volta na vila, ela queria provar a ele o seus sentimentos puros. Agora, com os recentes acontecimentos, ela iria se fechar por completo.

O mapeamento dos genes estava em andamento considerável. As partículas de veneno eram separadas e estudadas. Todos eles eram catalogados em fichas separadas. Alguns Sakura conhecia, outros ela teria de analisar mais a fundo. Sasuke havia entrado no laboratório e observava a Haruno trabalhar. Ele sempre fora um admirador das habilidades de sua companheira de time, mas não sabia que suas habilidades haviam melhorado mais.

Ela havia sentido sua presença mas não deu importância. Ela não queria se estressar mais ainda.

- Vejo que está indo bem com o que pedi. Logo vou poder saber o quão modificado ficou meu código genético com as interferências de Orochimaru.

Nada foi respondido.

- Além de eficiente, seu silêncio me irrita. O que foi, Haruno?

Aquilo o estava irritando.

- Sakura, estou falando com você. Me responda.

Nada era dito.

Aquilo o irritou profundamente. Se aproximando da rosada, o moreno então pôs-se atrás dela e, com um movimento rápido, a kunoichi crava uma das pinças que ela manuseava os materiais na altura da costela do rapaz.

Um ataque inesperado.

Um olhar incrédulo.

Silêncio.

- Saia daqui. Se queres essa merda terminada, me deixe em paz. - disse Sakura, num tom de voz frio e firme.

Sasuke ainda estava espantado com o que acabara de acontecer. Saiu do laboratório, mas não se incomodou em tirar a pinça crava em si. Se dirigiu ao refeitório e se deparou com os olhares de seus companheiros. O olhar de Karin era intenso. Ela queria poder remover o objeto e cuidar de Sasuke, mas sua atitude foi a de levantar e ir em direção a autora do ataque.

Sakura continuava sua atividade. Ao ouvir a brusquidão que a porta fora aberta, virou-se e olhou para uma Uzumaki furiosa.

- Você gosta do perigo não é, algodão doce? Acha que pode chegar aqui e fazer o Sasuke-kun de capacho e ter ele aos seus pés. Aqui isso não funciona. Ele é meu. Eu cuido dele. Eu o satisfaço. Eu sou a única que ele procura. - esbravejava a ruiva.

Sakura nada dizia, seguindo seu trabalho.

- EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ, SEU PROJETO DE NINJA NERD! VOCÊ NÃO É NADA COMPARADA A MIM. EU SOU TUDO O QUE ELE PRECISA!TUDO!

- Se você fosse tudo, por quê ele foi me buscar em Konohakagure? - indagou a rosada, com um sorriso de canto, costumeiro de Sasuke. - Se é tudo isso que você diz, por quê ele precisa de mim para manter a vitalidade do corpo dele? Por que ele precisa de uma "nova médica"? Ele cansou de você? Ele está começando a te descartar?

- CALA A BOCA, MALDITA! SASUKE-KUN É MEU!

Karin ia em direção de Sakura com uma kunai, mas a Haruno fora mais rápida. A kunoichi sacar algumas sanbon e lançara na Uzumaki, em pontos precisos. A ruiva caiu paralisada, tendo Sakura por cima de seu corpo. A rosada então sacou uma kunai e, abaixada diante do rosto da ruiva, fizera um corte em seu ombro.

- Dá próxima, feche as portas. Ninguém se interessa em saber que você e o Uchiha transam por aí.

Sakura saiu do laboratório sem cerimônias. Achando o refeitório, abriu a geladeira e se serviu de suco. Suigetsu, Juugo e Sasuke a fitavam como se vissem um fantasma. A rosada se sentou com eles e os encarou. Tomou o suco silenciosamente e pegou um dos sanduíches que o prateado estava comendo.

Caminhando para fora do cômodo, a Haruno foi imprensada na parede pelo moreno. Os olhos negros penetrantes a encaravam querendo respostas das atitudes dela. Ela o encarava com um olhar frio e sem significado.

- O que deu em você? Agressividade não é muito seu ponto forte, ao menos comigo.

- O mundo não gira ao seu redor, Uchiha.

"Uchiha? Ela me chamou de Uchiha? O que está acontecendo, Sakura?", Sasuke pensou.

Se soltando do moreno, a rosada voltou para o laboratório. O rapaz a seguiu, encontrando na entrada uma Karin ensanguentada e com muita raiva. O moreno a levanta e tira as agulhas, mas antes de sair, a segura com força, pois a ruiva queria atacar Sakura. A rosada ignorava a presença dos dois ali. Sentia que seria questionada pelo moreno novamente quando fosse para o quarto.

As horas passavam e o cansaço do desgaste do dia começaram a da sinais. Sakura estava na metade do trabalho em menos de uma semana. Para ela era uma vitória, apesar de internamente estar machucada. Seus sentimentos eram ainda sua fraqueza, mas enquanto estivesse ali, jogaria o jogo deles.

Entrou no quarto e não havia sombra de um certo Uchiha. Se despiu e foi direto para o chuveiro. A água fria a permitia relaxar. Não se importava com as tensões musculares que ainda tinha, apenas queria sentir o frio do líquido e se sentir limpa. Voltou ao quarto e vestiu roupas leves, se permitindo ficar mais despojada.

Ela se deitou na cama e fechou os olhos.

A escuridão a estava tomando.

O obscuro mundo de Uchiha Sasuke a estava levando de sua verdadeira essência.

ObscuroWhere stories live. Discover now