Nova York

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Magnus

Logo quando cheguei no trabalho recebi a notícia de que Clara nossa instrutora queria falar comigo.
Meu alerta de tretas estava piscando horrores esta manhã.
Encontrei Clary e Isabelle no refeitório e elas me disseram que também foram chamadas. Assim como Jordan.
Minhas teorias eram: ou ganhamos todos uma grande promoção, ou vamos ser mandados para o olho da rua.
Vasculhei na memória alguma cagada que eu possa ter feito, mas ultimamente até que meu trabalho anda promissor.
Quando cheguei na sala de espera Isabelle já estava no aguardo do lado de fora.

-Alguma informação?

Perguntei.

-Nada.

Pelo jeito que batia o salto no assoalho xadrez ela parecia tensa também.

-Cadê a Clary?

Sentei do seu lado em uma fileira de cadeiras pretas.

-Deve estar vindo, encontrei ela faz poucos minutos.

Respondeu.

Em seguida Jordan chega. Seu cabelo estava preso em um coque baixo, e seu uniforme preto levemente amassado. Ele caminhava teclando freneticamente no seu celular.

-O que tá rolando?

Perguntou ao se aproximar.

-Demissão coletiva.

Izzy ironizou.

-Acho que falei diretamente com o meu noivo.

Jordan lhe lançou um sorriso antipático.

-Acho que o meu salto está afiado o suficiente essa manhã.

E começaram as farpas! Aqueles dois não cansavam nunca.

-Sabe, Isabelle. Você não precisa se dar ao trabalho de me dirigir a palavra já que me odeia tanto. Que aliás, eu não sei nem o motivo.

Vi quando ele bufou sentando do meu outro lado.

-Eu posso fazer uma lista enorme pra você qualquer dia desses.

Isabelle lançava olhares cortantes.

-Chega! Vamo parar?! Pelo amor de Deus, brigar no trabalho é o auge da decadência! Cadê o profissionalismo?

Acabei tocando no ponto fraco de ambos. Tanto Izzy quanto Jordan se orgulhavam muito de serem profissionais impecáveis.
Com toda a confusão nem nos demos conta de Clary atrás olhando como se fossemos três animais.

-Essa hora? Jura que vocês tem disposição para brigar as 08:00 hrs da manhã?

A ruiva tinha uma postura séria, e descansava as mãos na cintura.
Clary tinha mesmo se tornado uma shadowhunter incrível.
Sua calça de couro e regata preta lhe davam um ar de patroa, ela agora tinha algumas tatuagens que lhe deixavam ainda mais sexy e desfilava graciosamente pelos corredores com sua fiel bota de cano longo, também em tom escuro.

Ouvimos a porta se abrir e Clara colocar a cabeça pra fora.

-Algum problema aqui?

-Nenhum! Estávamos esperando você nos chamar.

Me apressei em falar.

-Ótimo, entrem.

A sala da nossa chefe era muito prática, decorações em cinza e um tom de marrom muito bonito. Por trás da sua mesa podia se notar quadros de paisagens portuguesas. E ela estava sempre perfeita em seu rabo de cavalo castanho e terninhos elegantes.

-Sentem, por favor.

Obedecemos e ficamos de frente pra ela.

-Bom, o motivo pelo qual chamei vocês aqui é simples. O instituto de Nova York voltou a precisar de você Magnus, e solicitaram Isabelle também.

As armadilhas do coração- malec Where stories live. Discover now