Capítulo 22

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"Espero no sea tarde
Para recordarte
Que tú eres lo más importante
Espero no estar a destiempo
O se me haya ido el momento, pues
Muero por preguntarte
¿Si te quieres ir de aquí conmigo?

¿Jugar a vivir a un lado mío?
Yo prometo tomar lo que venga
Y convertirlo en brillo
Y siempre cuidar a tu corazón antes que al mío"
(Antes Que Al Mío – Los Claxons)

– Ele te machucou?

Cristián perguntou, se virando de frente para mim e ignorando Felipe, que precisou se apoiar em uma das mesas para não cair no chão.

– Na...Não

Gaguejei, tentando entender o que estava acontecendo ali. Eu sabia que o havia visto!

Numa fração de segundo, aproveitando que Cris estava distraído e preocupado comigo, Felipe revidou o empurrão acertando em cheio o rosto do goleiro com o cotovelo, provocando um barulho bem alto.

– Ouch

Cristián gritou, se afastando e protegendo o rosto com o braço.

– Cris!

Exclamei, no susto.

Amanda, Anita e Vera chegaram correndo, e a movimentação chamou a atenção de algumas outras pessoas em volta. Entre elas, de dois outros rapazes que vieram segurar Felipe antes que se formasse uma briga ainda maior.

– O que aconteceu?

Eles perguntavam, enquanto o médico tentava, a todo custo, partir para cima de Cristián.

– Esse babaca aí incomodando as mulheres.

Uma das meninas reclamou. Eu estava dividida entre olhar para garantir que Felipe estava contido e olhar para Cristián, para saber se ele estava bem.

– Se não sabe ouvir "não", tem que ficar em casa, amigão!

Ouvi um dos rapazes dizer, enquanto "escoltavam" Felipe para outro lugar.

Quando vi que finalmente o médico não conseguiria sair, corri na direção do goleiro.

– Você se machucou?

Perguntei, mais uma vez, me aproximando da mesa onde Cristián se apoiou. Ele tocava seu próprio rosto e olhava para a mão na sequência, aparentemente tentando enxergar sangue, mas as luzes coloridas não ajudavam.

– Acho que quebrou meu nariz.

Ele respondeu, gemendo de dor.

– Vem aqui, deixa eu ver.

Puxei o rapaz pelo braço, guiando-o até um local menos tumultuado e com iluminação melhor. Passamos por uma pequena porta na qual estava escrito "acesso restrito", que nos levou a uma área externa, onde havia uma caçamba de lixo, alguns entulhos, um amontoado de caixas de madeira e um único poste, que – por incrível que pareça – sozinho iluminava bem mais do que com aquelas luzes coloridas de dentro do lugar. As meninas vieram atrás, mesmo sem entender muito bem.

– Senta aqui, deixa eu dar uma olhada.

Eu disse, sugerindo que Cristián se sentasse sobre uma das caixas de madeira, para que eu pudesse alcançar seu nariz com maior facilidade já que o goleiro media quase dois metros de altura e, mesmo com meu salto novo, eu não ficava alta o suficiente.

– Peraí, você não é aquele cara... Que joga no... Naquele time de futebol?

Vera perguntou, parecendo reconhecer Cristián.

Amigos Con DerechosWhere stories live. Discover now