Capítulo 32

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"Quisiera que nadie quebrante tu fe
Que nunca te sangre la planta del pie
Que cuando te rompas yo pueda juntar los pedazos
Cubrirte con mis brazos
Decirte que no debes de ser así

Que se vale ser feliz
Que se vale hacernos bien
Que esta bien probar el fracaso, morderte los labios, contar hasta 3

Que se vale resistir aunque ya no aguantes más
Y a pesar de cada portazo, morderte los labios contar hasta 3
O hasta 10..."
(Contar Hasta 3 – Santiago Cruz)

– Você discutiu com ela?

Cristián perguntou, totalmente surpreso, quando acabei confessando o acontecido na hípica.

A princípio, tive muito medo de qual seria sua reação, uma vez que ele já havia deixado claro que não queria travar uma guerra contra a mãe da filha, e o que eu fiz não foi muito diferente disso. Temi que ele se zangasse e temi ainda mais que, por esse motivo, tudo o que estávamos construindo juntos, fosse por água abaixo.

Estava gostando muito de estar com ele. De dormir e acordar ao seu lado, de conviver juntos – com uma leveza que até então eu não conhecia. Ter um amigo e um amor na mesma pessoa, saber que podia dividir os ônus e os bônus de cada dia de trabalho e ouvir, mesmo sem entender, sobre o lado bom e ruim de cada dia dele também nos jogos e treinos.

Sem contar que estava mais apegada à Sofia do que jamais estive. A pequena trazia uma sensação boa de família para o nosso cotidiano e, mesmo quando o pai não estava em casa, ela continuava sendo uma parceirinha incrível e alegrando meus dias.

Eu entendia que, por mais que fosse recíproco e que Cris me amasse o mesmo tanto que eu o amava, nada jamais se compararia ao sentimento dele por Sofia. Então, se com minha ousadia eu tivesse causado algum prejuízo à relação dos dois, não me espantaria a reação dele ser bem ruim.

– Não foi uma discussão. Ela estava sendo insistente para que Sofia fizesse um salto com o cavalo e Sofi estava amedrontada, então tentei convencer Veronica a não insistir. – Expliquei uma parte e completei, quase sussurrando a outra – E depois disse a ela algumas coisas com as quais eu estava engasgada. Mas não foi nada tão grave! Desculpa não ter dito antes. Eu não sabia como você reagiria e não queria tirar seu foco da partida importante – Confessei – mas foi com uma boa intenção. Eu não estava mais aguentando esse inferno que ela está causando, principalmente na cabeça de Sofia. Ela é só uma criança, não é justo que sofra tanto por minha causa. Eu não consegui me conter

– Está bem – Ele disse, compreensivo, após um longo silêncio – Vamos ver como as coisas se resolvem e não sofrer por antecipação. Talvez ela nem faça nada.

Assenti, aliviada por ver seu tom otimista.

– Mas por favor, Cari. Não faça algo assim de novo. – O goleiro pediu – Eu disse a você que ia tratar disso com o advogado, por segurança. E assim vai ser. Você não pode atropelar as coisas assim. Até mesmo pensando na sua própria integridade. Consegue imaginar o que poderia ter acontecido se a situação saísse do controle? – Ele dizia, com preocupação. – Você tem um senso de justiça que é lindo, e não sossega até resolver o que quer que seja. Foi assim com Mateo, agora com Sofia... Eu entendo e admiro isso. Mas algumas vezes precisa ter mais calma, para evitar problemas maiores. Tudo bem?

Cristián finalizou, segurando uma de minhas mãos.

– Está bem!

Eu sabia que o conselho era importante. Minha impulsividade já me havia colocado em situações terríveis algumas vezes e, em muitas delas, mesmo que eu tivesse a melhor das intenções, acabava me prejudicando e saindo como a vilã.

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