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NÃO TINHA NOÇÃO das horas

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NÃO TINHA NOÇÃO das horas. Acordei com o coração palpitando, recordando-me de Rebecca. Abri os olhos e para o meu alívio, ela ainda dormia ao meu lado, apresentando uma expressão serena no rosto, como se estivesse tirando um breve cochilo.

Na janela, ao lado da cama, o céu ainda se apresentava escuro, entretanto, a julgar pela movimentação na avenida e dos pássaros nas árvores próximas ao condomínio, poderia presumir que já era pouco mais de cinco da manhã.

Sob o silêncio do término da madrugada, fiquei admirando-a durante um bom tempo.

Na intenção de tocá-la, afastei os cabelos que encobriam parte do rosto e observei quando a jovem mostrou um sorriso leve, de canto de boca, colocando sua mão por sobre a minha.

— Bom dia! – Rebecca saudou baixinho, com a voz rouca.

Sorri, mesmo com as minhas bochechas se enrubescendo por ter sido surpreendida naquele gesto.

— Bom dia, moça! – ela beijou minha mão. — Pensei que estivesse dormindo.

— Tenho sono leve, Maristela. E, por incrível que pareça, consegui descansar um pouquinho – contou esticando-se para afagar meu rosto. — Mas acho que te atrapalhei, né?! Você demorou a dormir...

Dei um risinho bobo.

— Nada a ver. Em momento algum você me atrapalhou, Rebecca — a olhei, formando uma conexão visual. — Fazia tempo que não me sentia assim, que não dormia tão bem, que não tinha um calor humano, um carinho – revelei com sinceridade.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas nos observando. Mentalmente, enquanto perdia-me na imensidão convidativa de seus olhos acastanhados, recordava-me dos detalhes e sensações experimentadas naquela noite.

Becca me fez alcançar o extremo de cada sentimento, mesmo que de modo involuntário.

Aquele friozinho na barriga, a vontade de beijá-la, o corpo queimando de desejo, a excitação molhando meu sexo e aquele caos mental que aquela garota me despertava entre o certo e o errado, o belo e o moral...

— Acabou dormindo comigo, hein, mocinha?! – brinquei, aos risos.

A jovem riu e me abraçou, pousando a cabeça em meu ombro. De novo, aquelas sensações surgiam. E pareciam se intensificar a cada segundo.

— Cara, até percebi quando comecei a cochilar, sabe?! Mas estava tão gostoso estar aqui com você, grudadinha, que preferi continuar – deu-me um beijo estalado na bochecha.

— Você é uma menina muito carinhosa, Becca – beijei os cabelos dela. Embaixo do travesseiro, ouvimos o despertador do celular tocar. — Já está na hora de você ir?

Ela desvencilhou-se, alcançando o aparelho e desativando o alarme.

— Não. – respondeu após negar com a cabeça. — É um costume meu colocar pra despertar esse horário mesmo... — mostrou um sorriso doce, ajeitando os cabelos levemente desgrenhados. Particularmente, a achei ainda mais charmosa.

REBECCA (EDITORA PEL) (AMAZON) (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now