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DE ESTATURA ALTA, ela andava cabisbaixa, de modo que seus cabelos negros e ondulados, encobrissem parte do rosto

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DE ESTATURA ALTA, ela andava cabisbaixa, de modo que seus cabelos negros e ondulados, encobrissem parte do rosto.

A calça jeans cintura alta ajustava-se as curvas do corpo esguio e discretamente atlético. Usava uma jaqueta vermelha envernizada e estava segurando um molho de chaves.

Quando ela ergueu o rosto, percebi que seus lábios estavam contornados com um batom vermelho da mesma tonalidade da jaqueta. E a medida em que ela se aproximava, apenas conseguia pensar no quanto a moça era elegante. Tinha uma altivez natural.

Por uma breve fração de segundos, fiz um esforço mental para lembrar-me da jovem, mas não consegui. Acreditei que ela, talvez, fosse alguma moradora nova do prédio, já que, pelo porte imponente que ela apresentava, sem dúvidas me recordaria, caso tivesse visto-a por aí.

Meus devaneios se dissiparam quando ela olhou para dentro do meu apartamento e ofereceu um sorriso tímido, porém cordial, dizendo:

— Ah, oi, boa noite – ergueu a mão que segurava a chave, como se desse um aceno discreto.

— Ah, oi! Tudo bem? — falei erguendo as sobrancelhas, enchendo-me de esperança. — Será que você pode me ajudar, por gentileza?

A jovem desviou os passos para o meu apartamento e aproximou-se, escorando o quadril no batente da porta.

Notei que ela deveria ter por volta de 1,75 de altura e tinha um corpo bonito, como se tivesse sido milimetricamente modelado. Seios pequenos, cintura demarcada pela regata branca, quadril estreito, pernas que, mesmo por baixo do tecido da calça branca, mostravam-se discretamente volumosas e torneadas.

Suspirei e desviei o olhar para a janela e em seguida para a poça. Um filete de água escorria, alcançando o tapete. Logo, dispersei-me daquele estranho deslumbramento, voltando a me irritar com o Fernando.

— Claro! Em que posso ajudar? — apesar do tom simpático, a voz dela era firme.

Voltei a observá-la. De imediato, formou-se uma conexão visual.

Percebi quando os olhos da moça pesaram sobre a minha perna amputada e as sobrancelhas arquearam-se.

No geral, não me sentia incomodada com olhares, mas com aquela garota, senti uma pontinha de vergonha.

— Ah, é que... — forcei um sorriso e mostrei as muletas ao lado dela. — Será que você pode pegar pra mim? É que o meu filho saiu pra a academia e na pressa de não pegar chuva, acabou afastando-as.

— Claro — relaxou os ombros, estendendo as muletas. — Quer que feche as janelas pra você? O chão está bem molhado — franziu os lábios, talvez, constatando o trabalho que teria para secá-lo.

— Sim, por favor — pedi enquanto me ajeitava, observando-a.

Sim, havia uma linda e estranha mulher desfilando pelo meu pequeno apartamento. Seus passos eram seguros. De alguma forma, por um breve momento, acabei me enxergando nela. Aquela altivez, uma sensualidade, um mistério... Contive um sorriso enquanto a observava.

REBECCA (EDITORA PEL) (AMAZON) (DEGUSTAÇÃO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora